Com uma valorização de 1,46% no último dia da semana, o câmbio do dólar comercial registrou o maior aumento diário desde o último mês de abril, e encerrou o pregão desta sexta-feira (28/6) cotado a R$ 5,59. A moeda norte-americana também acumulou alta de 11,47% somente no mês de junho.
No último dia da semana, declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — que subiram o tom nos embates em relação ao cenário fiscal e à taxa de juros elevada — causaram mais apreensão no mercado financeiro e elevaram o câmbio ao pior patamar desde janeiro de 2022.
Em entrevista a uma rádio mineira, nesta sexta-feira, Lula disse que “não pode ficar brigando” com o atual presidente do Banco Central e acrescentou que o economista pensa ideologicamente como o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Acho que ele não está fazendo o que deveria corretamente, mas ele tem um mandato e até dezembro, ele é presidente”, completou o petista.
Já Campos Neto, criticou a reincidência de comentários negativos do presidente da República a respeito da condução da política monetária e da sua figura. “Quando você tem uma pessoa da importância do presidente questionando aspectos técnicos da decisão do Banco Central, gera um prêmio de risco na frente”, afirmou o chefe do BC, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Ibovespa fecha em queda
No último dia de operações do mercado em junho, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) encerrou o pregão em queda de 0,32%, aos 123.906 pontos, apesar de fechar o mês em alta de 1,48%.
A queda de grandes bancos influenciou a queda da bolsa nesta sexta-feira, com as ações do Bradesco em queda de 0,32% e as do Itaú Unibanco, de 0,09%. Os papeis do Banco do Brasil, que operaram no negativo na maior parte do dia, tiveram leve alta de 0,04%. Outra ação que pesou no Ibovespa foi a da Embraer, que caiu 5,42% ao final do pregão.