Cerca de 1,8 bilhão de pessoas, o que equivale a 31% dos adultos no mundo, são sedentárias e não atingiram os níveis recomendados de atividade física em 2022, colocando-as em maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e câncer. Os dados são de um novo estudo realizado por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e cientistas de instituições parceiras. Os dados foram publicado na revista The Lancet Global Health nesta terça-feira (25).
Atualmente, a OMS recomenda que adultos pratiquem, pelo menos, 150 minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana. No entanto, se a tendência de sedentarismo continuar, os níveis de inatividade devem aumentar para 35% até 2030, segundo estimativa do estudo.
“Essas novas descobertas destacam uma oportunidade perdida de reduzir o câncer, doenças cardíacas e melhorar o bem-estar mental por meio do aumento da atividade física”, diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado à imprensa. “Devemos renovar nossos compromissos com o aumento dos níveis de atividade física e priorizar ações ousadas, incluindo políticas reforçadas e aumento do financiamento, para reverter essa tendência preocupante.”
Mulheres e idosos são a maioria entre as pessoas sedentárias
De acordo com o estudo, a inatividade física é maior entre as mulheres no mundo em comparação com os homens: a taxa de sedentarismo no público feminino globalmente é de 34%, enquanto a dos homens é de 29%. Em alguns países, a disparidade entre sexos é ainda maior, chegando a 20 pontos percentuais.
Além disso, pessoas com mais de 60 anos são menos ativas do que outros adultos, ressaltando a importância de promover a atividade física para idosos. A prática de exercícios físicos na terceira idade pode contribuir para um envelhecimento com maior qualidade de vida, com menos dores nas articulações, nas costas e menor risco de sarcopenia, condição caracterizada pela perda de massa e força muscular.
As maiores taxas de inatividade física foram observadas na região Ásia-Pacífico de alta renda (48%) e no Sul da Ásia (45%), com níveis de inatividade em outras regiões variando de 28% nos países ocidentais de alta renda a 14% na Oceania.
“A inatividade física é uma ameaça silenciosa à saúde global, contribuindo significativamente para a carga de doenças crônicas”, diz Rüdiger Krech, diretor de Promoção da Saúde da OMS. “Precisamos encontrar maneiras inovadoras de motivar as pessoas a serem mais ativas, considerando fatores como idade, ambiente e formação cultural. Ao tornar a atividade física acessível, acessível e agradável para todos, podemos reduzir significativamente o risco de doenças não transmissíveis e criar uma população mais saudável e produtiva”.
Há sinais de melhora em alguns países
Apesar dos resultados preocupantes, o estudo observou sinais de melhora em alguns países. Segundo o trabalho, quase metade dos países do mundo fez alguma melhoria para promover a atividade física na última década. Além disso, 22 países foram classificados como “estando no caminho certo” para atingir a meta global de reduzir o sedentarismo em 15% até 2030.
Diante das descobertas, a OMS reforça que os países devem fortalecer a implementação de políticas para promover e permitir a atividade física por meio de esportes de base e comunitários, recreação e transportes ativos (como caminhada, bicicleta e uso de transporte público), entre outras medidas.
“Promover a atividade física vai além de promover a escolha individual do estilo de vida – exigirá uma abordagem de toda a sociedade e a criação de ambientes que tornem mais fácil e seguro para todos serem mais ativos de maneiras que gostam para colher os muitos benefícios de saúde da atividade física regular”, afirma Fiona Bull, chefe da Unidade de Atividade Física da OMS.
Para os pesquisadores, serão necessários esforços coletivos baseados em parcerias entre atores governamentais e não governamentais, além de maiores investimentos em abordagens inovadoras, para alcançar pessoas menos ativas e reduzir as desigualdades no acesso a medidas de promoção e melhoria da atividade física.
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