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Pacientes com câncer do interior levam mais tempo para ter diagnóstico, diz oncologista

Por
Whidy Melo

O médico e apresentador Fabrício Lemos traz nesta segunda-feira (24) no programa Médico 24 Horas, uma entrevista com o médico-cirurgião geral e oncológico Dr. David Carneiro, que atua na profissão há mais de 20 anos. Durante o episódio, Carneiro explicou como pacientes com câncer no interior do Acre demoram muito mais a ter acesso a um diagnóstico preciso, e ao atendimento especializado.


David Carneiro disse em sua participação no Médico 24 Horas que, antigamente, alguns integrantes da classe médica tinham uma cultura de entender que a cirurgia oncológica poderia trazer mais danos que melhoras aos pacientes, acreditando que o tratamento cirúrgico poderia ser radical. “Tinham médicos que eram céticos com relação ao tratamento. Até a gente embutir a cultura de que o cirurgião oncológico aumentava as taxas de sobrevida, demorou um pouco. Também não tínhamos centros cirúrgicos, materiais e estruturas físicas adequadas, mas fomos solicitando essas mudanças, o que trouxe mais benefício aos pacientes”, contou.


Ainda de acordo com o cirurgião, ao longo de 20 anos, o número de diagnósticos precoces aumentou pela maior disponibilidade de exames e melhorias no sistema público de saúde, o que faz com que mais pacientes tenham acesso a tratamento no começo da doença. Mas ainda se destacam os cânceres de mama e uterino entre as mulheres, enquanto entre os homens o câncer de próstata é mais prevalente. Para ambos os sexos os cânceres de cólon, reto e ânus, são os mais comuns.


Carneiro comentou sobre o tempo de encaminhamento do paciente que é diagnosticado com suspeita de câncer ainda na atenção básica até o atendimento especializado, e afirmou que na capital, Rio Branco, o tempo é satisfatório, mas é no interior do estado onde a população enfrenta maior dificuldade.


“Aqui na capital essa celeridade ao início do tratamento é bem assertiva, pegamos pacientes com doenças iniciais. No interior, o maior problema é até ter o diagnóstico. A gente observa que a grande maioria dos pacientes, mesmo sendo atendidos pela rede pública, fazem os exames na rede privada. O atendimento básico já está bem estabelecido, mas faltam complementações de serviço dentro do que já existe. O médico que está atendendo, por exemplo, numa Unidade Básica de Saúde – UBS, ele não tem mecanismos para fechar um diagnóstico, então solicita exames complementares como raio-x, ultrassom, tomografia. Nosso problema está aí, entre o atendimento e o paciente conseguir todos esses exames para fechar o diagnóstico, no interior, demora muito”, explica o Dr. David Carneiro.


Para saber mais sobre cirurgia geral e oncológica, assista à entrevista completa no Médico 24 Horas:



 


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Whidy Melo

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