Um homem sério, conservador, estudioso e de hábitos simples. Assim pode ser considerado Isnard Barbosa Leite, de 84 anos, que faleceu nesta quinta-feira, 13, no Hospital Santa Juliana vítima de problemas pulmonares. Natural de Rio Branco, ele iniciou a vida construindo uma grande família unindo isto a sua dedicação ao serviço público e aos estudos.
Contar a história de Isnard e não citá-lo como alguém que adorava estar com a família e amigos, é a mesma coisa que omitir parte significativa de sua história que forjou um dos maiores homens públicos que o Estado já teve.
Formado em Economia pela Universidade Federal do Acre em 1977, Isnard estava casado com Dona Ana Leite há 54 anos, com quem teve cinco filhos: Teófilo, Lucivete, Isnard Filho, Adolfo e João. Dessa formação familiar, surgiram ainda 12 netos e 2 bisnetos.
Apesar de estar afastado da política totalmente desde que deixou a prefeitura de Rio Branco em 2004, onde assumiu a titularidade em 2002 para que o titular Flaviano Melo renunciasse para disputar o governo do Acre, Isnard foi sucedido por Raimundo Angelim, que administrou a cidade de 2005 a 2012. Ele não gostava de holofotes e era muito discreto em suas ações e isso refletiu muito no que foi ele durante a vida pública.
Isnard foi deputado estadual na Assembleia Legislativa de 1982 a 1987. Ele ingressou na política através do convite do então senador Jorge Kalume e amigos da universidade, pelo partido PDS, sigla sucessora do Arena, que depois se tornou o Partido Progressista, a quem era filiado até os dias atuais, mas sem participação efetiva. Ele fez parte da 2ª Assembleia Estadual Constituinte, que elaborou a Constituição do Estado em vigor desde 1989. Isnard era apontado como uma pessoa preparada e estudiosa e por isso era envolvido nas grandes discussões do Estado, sendo testemunha ocular das mudanças que o viveu nas últimas 50 décadas.
A convite do então governador Flaviano Melo, Isnard fez parte da primeira composição do Tribunal de Contas do Estado do Acre, ainda em 1989, onde atuou por 9 anos e se aposentou em 1997. Ele presidiu a Corte de Contas entre 1993 a 1995.
Após o exercício de prefeito da capital acreana até 2004, Isnard se afastou da vida pública. Aposentado da política e do TCE, ele vivia com familiares em sua casa localizada na Rua Cunha Matos, na região da Gameleira, onde costumava reunir amigos e familiares para conversas.
Quem conhecia Isnard, diz que ele tinha duas paixões além da família: torcer pelo Botafogo e também pescar nas horas vagas. Além disso, ele também era adepto da leitura e se informava sobre tudo, sempre orientando os filhos para seguirem o caminho dos estudos.
Católico, Isnard se classificava como um conservador e bastante amoroso com os seus familiares. Segundo o filho João Leite, o hábito que o deixava feliz era reunir a família e os amigos.
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