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Fundadora do Samu diz que atenção primária tem falhado e elevado custos na emergência

Por
Whidy Melo

O médico e apresentador Fabrício Lemos traz no programa Médico 24 Horas desta segunda-feira (10) uma entrevista com a enfermeira Lúcia Luna, que trabalha com saúde no Acre há 31 anos, fundadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no estado e criadora de programas em saúde.


Uma das pessoas que mais conhece o sistema de saúde do Acre, Lúcia Luna opina que a atenção primária tem falhado em atender a necessidade da população, o que tem demandado elevados custos e esforços na rede de emergência e de especialidade. “A atenção primária é ordenadora de uma rede em que deveria atender 80% da necessidade da população. Não justifica não acompanhar o hipertenso, o diabético, e controlar essas patologias, mantendo o controle da situação. No Acre e no Brasil, a atenção básica é muito falha”, disse.


Outra situação que pode dar uma falsa sensação de eficácia na rede básica de saúde, de acordo com Luna, é a forma como se mede o sucesso da prestação do serviço. “Eles atendem por quantidade, e temos que fazer isso por qualidade. Se eu tenho uma área de abrangência de uma Unidade de Referência em Atenção Primária – URAP, eu tenho que saber quantos hipertensos, diabéticos, quais são as enfermidades. Se houvesse esses dados e o acompanhamento dessas pessoas, o Acre não teria tanto AVC. Só em 2023, o Pronto-Socorro registrou 860 casos de AVC. Não tem como dizer que o Pronto-Socorro, a Fundhação e as Unidades de Pronto Atendimento vão dar conta de fazer um serviço que é da atenção primária”, ressaltou.


Ainda de acordo com Lúcia, o afastamento entre as gestões municipais em saúde e a Secretaria Estadual de Saúde tem criado uma impressão de que as atribuições são muito diferentes, enquanto que os gestores deveriam compreender suas funções num mesmo rumo. “Não era pra ter divergências nem ilhas de excelência, tudo acaba em um mar de lama. Não dá para um dizer que tem certos indicadores e outros indicadores. As secretarias municipais de saúde não podem trabalhar afastadas da Secretaria Estadual de Saúde, porque o indicador de mortalidade infantil está lá na base, está na atenção primária, então é lá que temos que trabalhar para resolver. Se a prefeitura não consegue mapear e acompanhar o atendimento de diabéticos e hipertensos, esses pacientes vão chegar na Fundhação ou no Pronto-Socorro com infarto ou AVC. Está faltando humildade, as prefeituras acordarem”, disparou.


A entrevista completa com a enfermeira Lúcia Luna é um verdadeiro espetáculo de conhecimento aprofundado nos problemas e soluções do sistema público de saúde no Acre. Assista à entrevista completa no link abaixo:


ASSISTA AO VÍDEO:



 


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Whidy Melo

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