Pouco mais de um mês após a morte de Anderson Leonardo, vocalista do Molejo, herdeiros do cantor e integrantes do grupo começaram a se desentender. Os desejos das partes deram início a um conflito para lá de acalorado. Vamos explicar a vocês, queridos leitores, com exclusividade, como essa briga teve início.
Tudo começou quando os integrantes do Molejo notificaram a empresa Molejo Produções e eventos Eireli. No documento, afirmaram que não têm mais interesse em serem administrados pela empresa que era do vocalista e, agora, pertence aos herdeiros dele.
Na notificação, os artistas informam que seguirão cumprindo o contrato até o envio do documento. Após essa data, a empresa não mais os representaria, e todos os compromissos agendados não seriam geridos por sua administração.
Entretanto, o buraco é muito mais embaixo do que se pensa. Os herdeiros de Anderson Leonardo enviaram uma contra notificação aos integrantes do grupo [Andrezinho, Claumirzinho, Lúcio Nascimento, Robson Calazans e Jimmy Batera], para rebater os pontos levantados.
No texto, eles revelaram que os membros da banda não podem usar o nome Molejo. O motivo? A marca foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela empresa do vocalista. Logo, quem tem direitos sobre ela é a Eireli.
Por isso, queridos, é preciso pensar na lógica de “quem é dono”. Como os integrantes não são, eles ficam proibidos de usar o nome Molejo. Caso queiram continuar se apresentando juntos, terão que utilizar outra marca por eles registrada.
E, mesmo com a contranotificação, o grupo Molejo continua a se apresentar pelo Brasil, utilizando o nome que era de propriedade de Anderson e já conhecido pelos fiéis fãs. O ato, segundo a empresa, é ilegal e gera danos para família do cantor, que está em luto e sofre com dificuldades financeiras.
E pensam que parou por aí? Não mesmo! Em resposta à “afronta” dos integrantes do grupo, os herdeiros revidaram com um comunicado no qual informam que os músicos têm 24 horas para parar de usar o nome Molejo nos shows que a empresa não negociou. Por quê? Como as apresentações não foram fechadas pela representante legal, o nome do grupo não pode ser usado. E, para fechar, disseram que ou a ordem é cumprida ou acionarão a Justiça.
Após a morte de Anderson Leonardo, a coluna Fábia Oliveira soube, em primeira mão, que o Molejo pode enfrentar problemas. Isso porque o cantor era quem assinava, em seu nome, os contratos das vendas de shows e participações da banda.
Segundo uma fonte, o vocalista do grupo não tinha sócios e acompanhava pessoalmente os negócios e todas as transações relacionadas. Com o falecimento, a coluna adiantou que poderiam surgir dificuldades para o Molejo seguir com as agendas já fechadas. E não é que tá acontecendo?
Projeto inédito do grupo
Mesmo lutando contra um câncer inguinal desde 2022, Anderson Leonardo não parou de produzir e esteve à frente dos trabalhos do grupo Molejo até o fim. O cantor, inclusive, dirigiu um projeto inédito, o Paparico do Molejo, que deve ser lançado no segundo semestre, ainda sem data definida.
A informação foi confirmada pelo produtor dos pagodeiros e pai do vocalista, Bira Havay, em um bate-papo com o Domingo Legal, durante o velório: “Não podemos deixar o legado. Vamos sair com toda a força com esse projeto. Uma pena, mas Deus reservou um lugar especial para o meu filho”.
Em outro momento, durante entrevista à imprensa no cemitério, Bira falou sobre a perda do filho: “Para mim, que sou pai, perder um filho… Estou muito abatido. A gente está muito baqueado. Não é fácil. É uma perda muito grande. Um dos maiores artistas do país partiu, mas deixou um bom legado. Vamos agora agilizar para lançar o projeto Paparico [nome de um dos hits do Molejo, lançado em 1995], para que não caia no esquecimento”, afirmou.
Andrezinho, parceiro de grupo de Anderson Leonardo, a quem conhecia desde a infância, contou que o trabalho foi gravado em fevereiro do ano passado, com músicas inéditas, releituras de sucessos e participação de diversos artistas, como Dudu Nobre, Thiaguinho e Xande de Pilares.
“Gravamos com participações, vários amigos que foram criados com a gente, criados com o Anderson. Tivemos um problema de logística no dia oficial da gravação com a chuva, tempestade. Passamos para o segundo dia e todos os artistas se prontificaram a ficar para participar do segundo dia de gravação, e, graças a Deus, foi muito bom”, recordou o músico.
Em seguida, Andrezinho falou sobre o amigo, que comandou os trabalhos: “Ele sempre foi muito hiperativo, pensando dois passos na frente. Ele fez os arranjos de muita coisa, dirigiu praticamente tudo. Nós regravamos muitas canções do Molejo, tem músicas novas também e releituras de algumas coisas antigas”, revelou.