O governador Gladson Cameli foi um dos palestrantes na abertura do “Seminário Internacional 2024 – Segurança Pública, Direitos Humanos & Democracia”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília, na manhã desta quinta-feira, 6.
O seminário contou com a presença de notáveis autoridades federais, estaduais e internacionais, incluindo ministros como Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e representantes de órgãos de controle. Inaugurado virtualmente pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o evento teve como foco a promoção de uma “segurança pública efetiva, legalista e democrática”.
Durante sua fala, Cameli destacou os desafios da segurança pública e enfatizou a necessidade de encontrar soluções integradas, dando especial atenção aos estados fronteiriços como o Acre, que confronta questões de tráfico e migração devido à sua localização limítrofe com o Peru e a Bolívia. “O Acre é um estado transfronteiriço, com mais de dois mil quilômetros de fronteira com dois dos maiores produtores de drogas do mundo, enfrentando grandes desafios relacionados à conectividade e mobilidade inerentes à Amazônia”, disse Cameli”.
O Chefe do Executivo lembrou o problema do fluxo migratório, mencionando a presença de imigrantes de 39 nações, com maior representatividade de países como Haiti, Senegal e Venezuela, totalizando mais de 45 mil imigrantes. Entre 2020 e 2022, mais de três mil famílias indígenas venezuelanas se instalaram no estado.

Foto: Pedro Devani/Secom
Cameli explicou que guerras no continente africano e outros conflitos geraram novos fluxos migratórios de pessoas que veem na Amazônia uma porta de entrada para outras regiões brasileiras. Durante a pandemia de COVID-19, o estado recebeu milhares de imigrantes que se estabeleceram em Assis Brasil, na fronteira com o Peru, e posteriormente, em Rio Branco.
O governador destacou o trabalho integrado do setor de segurança pública, envolvendo ações nos planos estadual e federal, e a importância dos debates na busca de soluções para os problemas da área, reafirmando o compromisso do governo do Estado nesse enfrentamento. “Buscarei cumprir nosso dever no que diz respeito a investimentos no setor”, disse, lembrando diversas ações desenvolvidas na área, incluindo a contratação de milhares de novos policiais militares, civis, bombeiros e agentes socioeducativos, além da aquisição de fardamentos, armamentos, viaturas e equipamentos de inteligência e logística para o trabalho eficaz das polícias.
Cameli mencionou investimentos na modernização com o uso de tecnologia para otimizar os recursos humanos e a logística das instituições, por meio de videomonitoramento nas zonas urbanas da capital e municípios, além dos pontos de acesso das fronteiras e divisas, com a disponibilização de internet para as instituições que fazem parte do Sistema Integrado de Segurança Pública, integrando a comunicação via rádio por sistema de satélite.

Foto: Pedro Devani/Secom
“O Acre apresenta expertise no combate a crimes transfronteiriços”, disse o governador, explicando que isso se dá com políticas elaboradas na segurança pública e gerenciadas pelos gabinetes de gestão integrados de fronteiras e executadas pelo Grupo Especial em Fronteiras (Gefron), que mostram resultados expressivos nas apreensões de drogas, contrabandos e descaminhos, além de recuperação de roubos e furtos, principalmente de veículos.
No seminário, o ministro Ricardo Lewandowski alertou para a necessidade de enfrentamento ao crime, que vem se estendendo para o ambiente digital. “Os grandes crimes transnacionais, hoje, ocorrem no ambiente virtual”, disse. Um dos palestrantes, o ministro Gilmar Mendes, afirmou que não existem soluções mágicas no enfrentamento ao crime e destacou a importância do evento para a formulação de diagnósticos e proposições na área.

Foto: Pedro Devani/Secom
O evento também contou com palestras do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; do ministro Vinícius de Carvalho, da Controladoria-Geral da União; do advogado-geral da União, Jorge Messias; e do presidente do Instituto de Revoluções, Reformas e Empresas Exteriores.
Com informações da Agência de Notícias do Acre