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Rio Branco segue entre as piores capitais no desperdício de água tratada

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As perdas na distribuição de água no Acre chega a 66,61%, taxa que só perde para a do Amapá, que desperdiça 71,14% de toda água tratada que produz. São o equivalente a 52 piscinas olímpicas em água potável perdida no Acre, o suficiente para atender a pelo menos 297 mil pessoas.


Em Rio Branco, que está entre os dez piores nesse ranking, as perdas somam 56,69%, segundo o Instituto Trata Brasil (ITB), que publicou nesta quarta-feira (5) o “Estudo de Perdas de Água 2024 (SNIS, 2022): Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, que busca expor o grande problema econômico e social da ineficiência no controle de perdas de água em nosso país. A taxa de Rio Branco apresentou queda importante, já que em 2023 esse índice chegava a 70,72%, mas não suficiente para tirar a capital do Acre do ranking das piores capitais.


Dos 100 municípios considerados, apenas 14 possuem níveis de perdas na distribuição menores que 25% (valores considerados como adequados). Os dados mostram ainda que 1/5 da amostra (20 municípios) tem perdas na distribuição superiores a 50%, existindo assim grande potencial de redução de perdas de água na distribuição nesses municípios.

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No processo de abastecimento de água, pode haver perdas por vários motivos, como vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Esses desperdícios trazem impactos negativos ao meio ambiente, à receita e aos custos de produção das empresas, o que deixa mais caro o sistema como um todo, prejudicando, em última instância, todos os usuários.


Então o ideal seria termos zero de perdas de água? Apesar da resposta ser sim, de acordo com a literatura sobre o tema, não ter perdas no sistema é algo inviável por limites econômicos (em determinado ponto, o custo fica superior ao do volume recuperado) e limites técnicos (existe um volume mínimo de perdas dadas as tecnologias atuais de materiais, ferramentas e logística).


No Brasil, a definição de nível aceitável de perdas de água foi definida pela Portaria 490/2021, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que indica que para um município contar com níveis excelentes de perdas, deve ter no máximo 25% em perdas na distribuição e 216 L/ligação/dia em perdas por ligação.


“A calamidade recente enfrentada pelo Rio Grande do Sul, com enchentes devastadoras, destaca a necessidade urgente de uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos no Brasil. A despeito do elevado volume oriundo das chuvas, essa água não é potável, de modo que muitas residências ficaram desabastecidas, pois as estações de tratamento estavam literalmente submersas. Nest sentido, com perdas de água na casa dos 40% no Brasil, onde muitas regiões ultrapassam esse valor, fruto de vazamentos e de gestão ineficaz, é crucial investir em infraestrutura, tecnologia e políticas públicas eficazes. A combinação de infraestrutura inadequada com frequência cada vez maior de eventos climáticos extremos permite que situações como a do Rio Grande do Sul se repitam, resultando em prejuízos incalculáveis. Portanto, se há uma lição a ser aprendida desta situação, depreende-se a importância de ações concretas e imediatas, visando garantir a segurança hídrica e o atendimento às metas da Portaria 490/2021 de modo a prevenir futuras


tragédias.” – comenta o Professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e Sócio-Executivo da GO Associados, Gesner Oliveira.


Acesse e saiba mais https://tratabrasil.org.br/


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