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Por que precisamos de bons prefeitos e vereadores?

Foto: blog do Accioly (Tarauacá)

Este ano, teremos novamente eleições municipais, onde serão eleitos prefeitos e vereadores que conduzirão o poder público local pelos próximos quatro anos, de 2025 a 2028. Mas, afinal, o que fazem um prefeito e um conjunto de vereadores? Qual a importância deles para a melhoria da vida das pessoas no município? É provável que você nunca tenha refletido seriamente sobre isso, não é mesmo? Pois saiba que, sem bons prefeitos e vereadores competentes, dificilmente a vida em nossas cidades irá melhorar.


Você deve estar pensando: “Por que isso? Afinal, não é o trabalho e o esforço de cada um que fazem a vida melhorar?” Lamento lhe dizer, mas não é bem assim. A vida de uma pessoa em uma comunidade não melhora sem que as condições gerais de trabalho, renda, educação e cuidados com a saúde melhorem para a maioria de seus membros. Assim, a felicidade de um e de todos está intimamente relacionada. Por isso, não adianta seguir adiante com uma visão individualista, acreditando que para vencer na vida é preciso derrotar todos à sua volta, seus “concorrentes diretos”. O resultado dessa mentalidade será apenas mais estresse, angústia e solidão. A verdade é que estamos todos, em nossas pequenas comunidades locais e nos territórios de nossos municípios, com nossos destinos profundamente entrelaçados.


Se alguém em Porto Walter ou na periferia de Rio Branco acha que vai “vencer sozinho”, sem que as condições de vida dos demais também melhorem, está acumulando frustração e ressentimento para o futuro. Por isso, prestar atenção na qualidade dos políticos e fazer boas escolhas é fundamental para que a vida, quem sabe, possa melhorar. E é “quem sabe” porque nem isso é garantia. A chance aumenta, mas não há certeza. Agora, se escolher mal, aí, sim, tenha certeza, o resultado será uma vida ainda pior que agora.


Por que isso é tão importante? Porque somos pobres, temos poucas empresas e quase nenhum capital privado disposto a investir no desenvolvimento de nossas regiões. Sem capital privado para abrir empresas, promover negócios e gerar empregos, de onde virá o investimento? Do setor público. Somente dele. Então, sem bons líderes públicos, que investimento acontecerá?


Imagine uma prefeitura bem gerenciada, com as contas em dia, pagando salários adequadamente, realizando compras da produção local, atraindo recursos do orçamento federal, realizando obras e melhorando a saúde e a educação do povo. Nessa condição, o dinheiro público que entra pode circular localmente, ativando a economia e promovendo bem-estar, além de bons serviços. Um ambiente assim ajuda a promover o desenvolvimento.


Melhor ainda se a prefeitura empreender bons projetos de apoio à produção rural e à geração de riquezas a partir dos recursos naturais disponíveis, incluindo as florestas. E se, junto com isso, o poder local fizer a sua parte no apoio aos produtores para a implantação de pequenas indústrias que beneficiem o produto local e o tornem atraente para mercados exigentes, como o de Rio Branco e Porto Velho, então a coisa pode começar a dar certo.


O problema é que quase nenhum município tem liderança política com visão e disposição para isso. E, mais uma vez, o que deveria ser uma oportunidade para avançarmos na escolha de bons governos, tudo indica, será novamente usada para eleger políticos clientelistas e desprovidos das competências políticas e gerenciais mínimas que nossos desafios requerem.


A prefeitura é fundamental para o desenvolvimento de pequenas comunidades. Ela é a expressão local do poder nacional, o Estado, e responde pela implementação das principais políticas públicas de promoção do bem-estar, como saúde básica, educação das crianças até os nove anos, assistência aos mais pobres, apoio à produção, comércio, meio ambiente, saneamento básico, ruas, praças, parques, creches e habitação, para citar apenas algumas. É impossível imaginar uma comunidade crescendo e progredindo sem um bom prefeito e bons representantes legislativos.


Sem escolhas decentes, como tem sido a regra, o resultado é esse que vemos: prefeituras que não passam de cabides de empregos por meio de empresas terceirizadas, serviços cada vez piores, cidades sujas e feias e produtores abandonados à própria sorte. Será que um dia isso muda? Seguramente, não mudará se os eleitores não mudarem.