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Ex-funcionária de Caetano Veloso e Paula Lavigne nega furto e diz que era ‘humilhada’

Caetano Veloso e Paula Lavigne Foto: Reprodução/Instagram/@paulalavigne

A doméstica Edna Santos, 52 anos, que está processando a ex-patroa Paula Lavigne, esposa do cantor Caetano Veloso, negou as acusações de furto ao Uol e definiu como “humilhantes” os 22 anos que trabalhou ao lado de Paula. Edna foi demitida por justa causa por “quebra de confiança” (entenda mais abaixo).


Segundo contou ao site, ela começou a trabalhar na casa de Paula como arrumadeira e, com o passar dos anos, se tornou governanta. Em 2020, Edna foi contratada pela produtora do casal, mas continuou com funções voltadas à casa e vida de Paula e Caetano.


Conforme Edna, foram muitos anos de dedicação, mas que ela não era reconhecida por “Dona Paula”. Segundo a ex-funcionária, Paula “é uma pessoa muito temperamental”. “Ela oscilava muito. Eu escutava das pessoas que sem mim a casa não funcionava, mas no dia a dia com ela era bem difícil, então eu me questionava. Eu falava com ela que não precisava ser tão áspera e tão dura para que eu a reconhecesse como patroa. Mas ela me humilhava”, relatou ao Uol.


Ainda segundo Edna, Paula falava do seu corpo de modo depreciativo, do tamanho do cabelo, unhas e cílios e lançava xingamentos para se referir a ela. Também disse ouvir constantemente que era “incompetente” e que teria desconto no salários por causa de “erros”.


Edna afirmou que as coisas pioraram após o sumiço de US$ 15 mil do closet de Paula antes de uma viagem internacional. Ela disse ter sido apontada como suspeita, mas pediu para que a ex-patroa ouvisse a todos que pudessem ter entrado no local. Durante a viagem, uma investigação teria sido feita por peritos e advogados e, na volta, Edna notou que a ex-patroa mudou de comportamento com ela e era grosseira. Nesse período, o valor furtado passou a ser de US$ 40 mil.


Conforme a ex-governanta, por vontade própria, ela imprimiu todos os seus extratos bancários e decidiu entregar a Paula, que não quis ver.


Edna também contou que, no dia 3 de maio, Paula tomou um celular de Edna, usado para o trabalho, mas que também se tornou pessoal, pediu a senha do aparelho e solicitou que uma funcionária fizesse o backup e tirasse a identificação facial. Nesse período, ela afirmou que foi obrigada a ficar isolada em um quarto.


“Depois, ela falou assim: ‘agora pode trabalhar’. Como eu posso trabalhar? Eu não conseguia ficar em pé, estava me tremendo. Eu tenho problema de pressão alta e a pressão começou a subir, eu não conseguia respirar e fiquei num estado de pânico, totalmente de pânico. Eu não conseguia falar, só chorava. Eu pensei que iria morrer. Fui para o hospital, me medicaram. A médica perguntou o que aconteceu e eu falei que minha patroa estava botando muita pressão em mim”, disse Edna.


Já no dia 5 de maio, Edna se prontificou a treinar outra pessoa para sua função e deixar a casa quando tudo estivesse funcionando bem, o que foi aceito por Paula. No dia seguinte, enquanto Edna almoçava, Paula tocou um áudio em que Edna mostrava bebidas da casa para as amigas.


Ao Uol, a ex-funcionária disse que era uma brincadeira, que jamais levou nenhuma bebida para fora do apartamento. Nesse momento, Paula quis que Edna assinasse a carta de demissão, mas ela negou. A ex-patroa teria ficado revoltada e expulsado ela de casa.


“Eu não odeio a Paula. Só sinto muita tristeza por tudo ter acabado dessa forma”, afirmou. “Eu não tenho medo de investigação policial, porque eu sou uma pessoa honesta. Mas eu não tenho medo da investigação policial que seja justa, que não plantem nada contra mim. Eu abaixei a cabeça para ela por 22 anos, mas essa não é uma humilhação como a das coisas que ela falava para mim, para me deixar mal. Agora ela mexeu com minha honra. E eu sempre fui honesta”, acrescentou.

O outro lado


Por meio de sua advogada, Simone Kamenetz, Paula se defendeu das acusações da ex-funcionária. Em nota enviada ao Uol, a defesa disse que o que está “havendo é uma estratégia adotada, fora dos autos dos processos, em que essa discussão deveria ficar adstrita, para usar as mídias para contar inverdades contra Paula Lavigne e Caetano Veloso buscando um julgamento pelo tribunal da internet, onde não importam provas e verdades, mas tão somente narrativas falaciosas, perpetuando, de maneira irreversível, essa retórica nas milhões de páginas da internet.”


Além disso, negou que Paula tenha acusado a ex-funcionária de ter furtado os dólares que estavam guardados. “Essa acusação é infundada, inclusive está comprovado pelos depoimentos que estão sendo prestados em sede de inquérito policial. Aparentemente, essa narrativa está sendo usada como uma cortina de fumaça para desviar o foco daquilo que, realmente, foi objeto da demissão por justa causa e que está – e será, no que ainda cabe provar – fartamente comprovado nos autos.”


“Paula é muito bem quista pelos funcionários e ex-funcionários. Esses funcionários ficam com ela 20, 30 anos, porque são bem tratados. Paula se preocupa com todos, e ajuda muita gente. Uma relação assim, de tantos anos, também tem suas rusgas, mas chamar isso de abuso é surreal, ainda mais considerando tudo o que o casal fez pela ex-funcionária e sua família”, acrescentou Simone Kamenetz.


Entenda o processo


Edna entrou com duas ações trabalhistas na Justiça do Rio de Janeiro, após ter sido demitida por justa causa. Ao todo, a ex-funcionária de Caetano Veloso e Paula Lavigne pede indenização de R$ 2,6 milhões. As informações são da VejaSP.


A mulher foi demitida no início do mês sob as acusações de furtar garrafas de bebidas alcoólicas, de se hospedar de forma clandestina em uma casa na Bahia e de utilizar um veiculo da empresa do músico para fins particulares. Ela trabalhou para a família de Caetano por 22 anos.


Segundo a publicação, Edna nega as acusações e diz que Caetano e Paula deverão provar o que alegam. “Os réus deverão indenizar Edna pelas violações aos direitos de sua personalidade, tais como a honra, a intimidade e a imagem, matéria que será abordada em ação própria”, afirma trecho do processo.


A ex-funcionária ainda cobra indenização trabalhista, acúmulo de função, horas extras, incorporação de remuneração, entre outros encargos, o que totaliza R$ 2,6 milhões. Ela recebia salário mensal de R$ 4.800, no entanto, R$ 2 mil seriam pagos ‘por fora’.


Em outra ação, Edna afirma que residia, com os dois filhos, desde 2017, em um apartamento do casal, em Ipanema, sem custos. Com a demissão, ela recebeu um aviso para desocupar o imóvel, dentro do prazo de 30 dias.


Paula, no entanto, teria solicitado a entrada de uma arquiteta no imóvel, para uma análise do local. Por isso, Edna pediu à Justiça que a solicitação seja negada. A juíza Livia dos Santos Vardiero Crespo, da 28° Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, concedeu uma liminar atendendo o pedido de Edna no dia 9 de maio.


“Determino que os réus se abstenham, pelo prazo de 30 (trinta) dias, contados da dispensa da autora, de nova tentativa de adentrar na residência da reclamante, pessoalmente ou por meio de prepostos e, ainda, no mesmo prazo, se abstenham de demandarem que a autora deixe o imóvel”, disse trecho da liminar.


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