As causas e circunstâncias em que Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, foi morta virou um grande mistério para a polícia de Manaus. Ela foi encontrada já sem vida, na última terça-feira, 28, na casa em que morava.
Já na última quinta-feira, 30, o caso ganhou um novo capítulo, com a prisão da mãe e do irmão da empresária. Cleusemar Cardoso e Ademar Cardoso foram encontrados e levados pela polícia no mesmo endereço em que Djidja foi encontrada morta.
No local, foram apreendidos medicamentos de uso controlado, além de remédios veterinários que são utilizados para sedar animais de grande porte. Os dois suspeitos foram autuados por tráfico de drogas.
Em depoimento à polícia, uma ex-namorada de Ademar relatou já ter utilizado, juntamente com ele e com a sogra, ketamina e potenay, que são medicamentos veterinários. A testemunha contou, ainda, que teria sido abusada sexualmente pelo ex-companheiro durante o uso das drogas.
Também em depoimento, a atual namorada de Ademar disse que fez uso dos medicamentos. Segundo ela, fazer uso das substâncias era uma condição de Cleusemar, mãe de Ademar e Djidja, para ela frequentar sua residência, alegando que essa seria uma forma de “purificação”.
Ainda durante seu depoimento, a namorada do irmão de Djidja relatou ter começado a sofrer de infecções urinárias frequentes, o que ela atribuiu ao consumo das drogas. Em uma das ocasiões em que precisou ser internada, Ademar teria levado ketamina para que ela aplicasse durante no hospital.
Defesa alega incapacidade mental
A advogada Lidiane Roque, que assumiu a defesa de Cleusimar Cardoso e Ademir Cardoso, mãe e irmão de Djidja Cardoso, afirmou que os seus clientes são doentes e que pretende atestar a incapacidade mental dos familiares da ex-sinhazinha, já que eles são usuários de alguns tipos de drogas.
Entenda o caso
Dilemar Cardoso Carlos da Silva, Djidja, como era conhecida, foi encontrada morta, aos 32 anos, na casa em que vivia, no bairro Cidade Nova, em Manaus. Sua personagem Sinhazinha era uma das principais do Boi Bumbá Garantido na festa de Parintins, Amazonas.
Familiares acusam as pessoas mais próximas à vítima de praticar crimes na casa da ex-sinhazinha, citando ‘rituais’ com substâncias ilícitas. Uma tia de Djidja, Cleomar Cardoso, disse que os indiciados teriam negado socorro a ela e de incentivar seu vício em substâncias ilícitas.
A família mantinha uma rede de salões de beleza, a Belle Femme, cujos funcionarios também fariam parte de esquema de tráfico de drogas.
“A Djidja morreu por omissão de socorro por parte da mãe dela e da turma do Belle Femme de Manaus. A casa dela na cidade nova se tornou uma Cracolândia. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles. A mãe dela sempre dizia pra nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela”, diz um trecho de publicação da tia de Djidja Facebook.