Taxa de analfabetismo do Acre cai de 16,6% para 12,1% em 12 anos

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Orlando Sabino

No Acre, conforme dados do Censo Demográfico do IBGE de 2022, das 608,9 mil pessoas de 15 anos ou mais de idade, 535 mil sabiam ler e escrever um bilhete simples e 78,9 mil não sabiam. Assim, a taxa de alfabetização para esse grupo foi de 87,9% em 2022 e a taxa de analfabetismo foi de 12,1%. No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 83,4% e 16,6%.  


Conforme demostrado no gráfico a seguir, a taxa de analfabetismo no Acre vem caindo a cada censo. De 2010 para 2022, a queda foi de 27,1%, depois de ter caído 30,9% de 1991 para 2000 e 30% de 2000 para 2010.


Ainda conforme o IBGE, entre as unidades da federação, as maiores taxa de alfabetização foram registradas em Santa Catarina, com 97,3%, e no Distrito Federal, com 97,2%, e as menores, em Alagoas, com 82,3%, e no Piauí, com 82,8%. Em 2010, a diferença entre a maior e a menor taxa de alfabetização, isto é, entre o Distrito Federal e Alagoas, era de 20,9 p.p., enquanto, em 2022, esse diferencial caiu para 15,0 p.p. entre Santa Catarina e Alagoas. Na Região Norte, o Acre é o detentor da pior taxa de analfabetismo. Por outro lado, possuí uma taxa menor do que todos os estados da Região Nordeste.



O Analfabetismo é maior nas faixas etárias mais velha da população


No gráfico a seguir verifica-se que quanto mais idade maior a taxa de analfabetismo. Os grupos de idade de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos tinham as menores taxas (0,66%) e o de 65 anos ou mais apresentou a maior taxa (3,55%). 



Rio Branco, Brasiléia, Epitaciolândia e Acrelândia são os municípios mais alfabetizados do Acre


Somente quatro municípios obtiveram uma taxa de analfabetismo menor que a do Acre com o um todo. Destaque para Rio Branco (7%) e Brasiléia (11%). Por outro lado, 18 municípios apresentaram taxas acima da do Acre, destaques negativos para Marechal Thaumaturgo (22,8%), Feijó (22,7%) e Santa Rosa (22,6%), conforme pode ser observado no gráfico a seguir. Percebe-se que aqueles municípios com um grande contingente de população indígena tendem a ter uma taxa de analfabetismo maior.



Nos últimos 12 anos, Brasiléia foi o município que mais reduziu a taxa de analfabetismo


De 2010 para 2022, verificou-se uma melhora nos níveis de alfabetização em todos os municípios acreanos. Todos conseguira baixar suas taxas. Dezesseis deles conseguiram uma redução da taxa de analfabetismo maior que a do Acre que foi de 27,1%, saindo de 16,6% para 12,1%. Conforme pode ser observado no gráfico a seguir, os municípios destaques na redução da taxa foram: Brasiléia (45,9%), Porto Walter (45,8%) e Feijó (38,5%). Somente seis municípios tiveram redução abaixo da verificada pelo estado, destaques para as três menores reduções:  Plácido de Castro (18,9%), Rio Branco (21,8%) e Bujari (25,5%).



Taxa de alfabetização das pessoas indígenas foi de 76,0% 


Os resultados do Censo Demográfico de 2022 mostram que havia no Acre 17.452 pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade. Dentre eles, 13.266 sabiam ler e escrever um bilhete simples e 4.186 não sabiam. Ou seja, a taxa de alfabetização das pessoas indígenas foi de 76,0% em 2022, abaixo da taxa estadual, de 87,9%. A taxa de analfabetismo dessa população foi de 24%, 11,9 pontos percentuais acima da taxa estadual de 12,1%. Os municípios com maiores taxas de analfabetismo das pessoas indígenas são: Feijó 2.345(30,1%); Santa Rosa 2.155 (28,2%), Tarauacá 2.042 (22,0%); Jordão 2.040 (18,0%) e Mâncio Lima 1.875 (15,2%).


A educação é a base para a melhoria da qualidade de vida de qualquer comunidade. Vivemos em um mundo cada vez mais exigente pelo conhecimento dado os avanços tecnológicos que passam a galope pelo nosso dia a dia. Vemos que no Acre, o analfabetismo ainda é um tormento, principalmente, na população mais idosa, fato que torna mais difícil um programa público de alfabetização que possa atrair essas pessoas para a população escolarizada. Várias tentativas foram feitas que, com certeza, ajudaram a melhorar os indicadores, trazidos pelo censo de 2022. Os dados indicam que uma boa política seria investir na escolarização da população indígenas. Política que vai contribuir muito para a melhoria dos indicadores do Acre.


Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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