O prefeito do município de Assis Brasil, Jerry Correia (PP), informou ao ac24horas que a chegada de migrantes estrangeiros na cidade fronteiriça voltou a crescer nas últimas semanas elevando o nível de preocupação com o problema que no curso dos últimos anos tem oscilado entre momentos de maior e menor movimentação.
De acordo com Jerry Correia, atualmente, a cidade está acomodando cerca de 100 estrangeiros, a maior parte deles venezuelanos. O prefeito diz que por conta do crescimento desse fluxo, uma segunda casa de apoio teve que ser criada para permitir melhor alocação dos migrantes.
“A gente tem percebido, mais uma vez, o aumento na chegada de estrangeiros, na maioria venezuelanos. Tivemos que abrir uma outra casa de apoio, alugando um outro imóvel, mais espaçoso e ventilado, e estamos colocando as pessoas solteiras em um local e as famílias no outro”, afirmou.
Correia destacou também uma mudança de hábito de parte dos migrantes, que está se recusando a ser levada para os abrigos, optando por ficar nas ruas, onde passam a pedir, principalmente dinheiro, para arcar com os custos de deslocamento para onde pretendem ir dentro do território brasileiro, além de caronas.
O gestor informou que por meio de parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Ministério Público e Polícia Federal, o município tem conseguido agilizar os trâmites necessários para que os estrangeiros possam seguir viagem. O apoio do Governo Federal também foi destacado pelo prefeito.
“Ainda temos recursos do Governo Federal, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que nos ajuda na parte da alimentação e de manutenção da casa de apoio, mas já estamos pleiteando mais recursos para esse fim. Também temos veículos para encaminhá-los a Rio Branco após obterem a documentação”, explicou.
O agravamento da situação em Assis Brasil tem reflexos diretos nas cidades de Brasiléia e Rio Branco, que também possuem abrigos destinados aos migrantes. Na capital, o espaço localizado na Baixada da Sobral está com quase o dobro da sua capacidade de atendimento, segundo as informações divulgadas pela imprensa nos últimos dias.
Na semana passada, o Ministério Público do Acre (MP-AC) abriu um procedimento administrativo para acompanhar o cumprimento do Plano de Ação para Acolhimento de Imigrantes em situação de vulnerabilidade em Rio Branco. O órgão apura se os estrangeiros estão recebendo a devida assistência durante a passagem pela capital acreana.
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