O ac24horas conversou com exclusividade com o proprietário do avião Cessna de prefixo PT-DFX, que caiu na segunda-feira (20) no rio Tarauacá, interior do Acre. De acordo com Fábio Bezerra, dono Smart World, a quem pertence a aeronave, o avião saiu do Espírito Santo (ES) com direção a Manaus (AM), e não deveria ter decolado de Tarauacá (AC) sem aviso prévio.
Segundo Fábio, o avião teve saída no Espírito Santo e durante trajeto para Manaus, desceu em Tarauacá para fazer uma revisão.
“Essa aeronave não era para decolar sem aviso prévio. Estamos analisando ainda com o piloto, porque o que eu sei, pelas notícias, é que tinham três pessoas, mas ela só tem capacidade para piloto e copiloto. Estamos apurando. Falei com o CENIPA. Saio de São Paulo para o Acre para tentar saber se foi uma falha de potência, se foi imperícia do piloto ou o que mais pode ter acontecido. Para nós, é importante saber o que aconteceu para que não se repita”, explicou.
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Sobre a dinâmica do acidente, Fábio Bezerra diz que o relato do comandante é de que o avião fez um pouso forçado.
“Segundo o comandante que estava na aeronave, ele foi fazer “toque e arremetida” para fazer teste e disse que o avião acabou perdendo potência e teve que jogar para dentro do rio”, declarou.
“Toque e arremetida” é uma manobra comum treinada por pilotos. Nela, pousa-se, acelera-se e decola-se novamente sem uma parada completa do avião.
“Se a aeronave tem capacidade para duas pessoas, a condição técnica tem que ser respeitada. Não posso dizer que tinham três pessoas ou não, mas se estava nessas condições, as medidas serão tomadas”, concluiu Bezerra.
O PT-DFX foi retirado da água do rio Tarauacá por ribeirinhos e bombeiros ainda na manhã de segunda-feira (20).
O ac24horas apurou que no momento em que os bombeiros militares chegaram ao local, o piloto, identificado pela reportagem como Pedro Rodrigues Parente Neto, e o copiloto, Wesley Lopes, disseram ter perdido os documentos e que na aeronave só estavam eles dois. Contudo, segundo o Corpo de Bombeiros, um homem identificado como Genésio Rodrigues de Olinda também relatou que estava no voo e sofreu um corte no rosto, sendo levado por moradores do local do acidente até o Hospital de Tarauacá.
Um piloto ouvido pela reportagem, que já voou no mesmo avião, disse que costumava cruzar o sudeste com o monomotor e opinou que o homem atendido no hospital provavelmente era o ocupante fora do assento, que não tinha à sua disposição o cinto de segurança. “É uma ótima aeronave, sempre voou muito bem, nunca teve acidentes ou incidentes. O rapaz que teve ferimentos deve ser justamente o ocupante sobressalente, já que o avião só tem dois assentos e uma terceira pessoa estaria completamente suscetível em caso de impacto”, afirmou.