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Eleição para diretor do Glória Peres vira caso de polícia

Um clima tenso está tomando conta da escola Estadual Glória Perez, no bairro Xavier Maia, com as eleições para a escolha do novo diretor, marcada para o próximo dia 29 de maio.


Professores que fazem parte de uma chapa de oposição a atual gestão tem denunciado a diretora Laura de Oliveira, a acusando de perseguição e falta de transparência no uso de recursos de uma emenda parlamentar.


A atual diretora chegou à escola em 2018, após uma intervenção da Secretaria de Estado de Educação (SEE). Como não pode se candidatar mais, o seu grupo se reuniu em torno do candidato Adailson Batista, atual coordenador de ensino.


Conforme as denúncias feitas por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, professores estão sendo intimidados com a presença da polícia em reuniões pedagógicas, prints, áudios, devolução à SEE, queixas policiais, ataques à vida pessoal e processos judiciais.


Na última quinta (16), o professor de inglês Thiago Botelho foi devolvido ao Setor de Lotação da Secretaria de Educação após questionar a aplicação de recursos decorrentes de uma emenda parlamentar destinada pelo ex-deputado Neném Almeida à escola no valor de R$ 50 mil, sem até agora demonstrar os resultados e benefícios.


O professor, que cuida do time de voleibol da escola, disse que foi chamado à sala da diretora e pressionado a dizer que o uniforme, bolas e material esportivo, comprado com o próprio salário, haviam sido adquiridos pela emenda parlamentar.


Laura Gianne registrou um BO na 3ª Delegacia Regional acusando o professor de difamação e assédio moral, após ter relatado o fato no grupo virtual da escola.


A devolução foi questionada pelo professor na SEE, já que não há amparo legal e por não ter passado pelo Conselho Escolar. A alegação de perseguição política ficou mais clara pelo fato de sua remoção ter acontecido um dia após postar um vídeo criticando as condições insalubres da escola e a falta de manutenção predial.


“Estamos vivendo uma verdadeira perseguição política na escola. Em nenhum momento fui ouvido para me defender, não foi instalado um processo administrativo, não fui advertido, e essa decisão deveria passar pelo Conselho Escolar, que funciona ilegitimamente. A atual diretora tem a escola como propriedade, e acha que pode fazer o que bem quiser, sem dever explicações a ninguém”, relatou o professor.


O outro lado


A reportagem do ac24horas procurou a diretora. Laura rechaçou as denúncias e afirmou que ela, sim, é vítima de assédio e alegou que o professor Thiago foi devolvido por inúmeras faltas e confirmou que registrou um Boletim de Ocorrência contra o docente.


“Tudo que ele disse é o contrário, eu que sofro assédio, tanto que registrei uma queixa na delegacia. Em dias letivos, do ano passado para cá ele faltou 26 dias. Então, não há justificativa, se é ilegal como a SEE acatou a devolução do professor? Quanto a qualquer denúncia de homofobia, estou muito tranquila. É só conversar com os pais e pedir autorização para os alunos. Temos até um aluno trans que temos auxiliado, acolhido e é uma prova de que isso é uma mentira. Estão querendo me usar para promover uma chapa que já nasceu morta”, afirma.


Laura afirma que em relação a emenda parlamentar, ainda está no prazo para prestação de contas. “Eu ainda tenho prazo para gastar esse dinheiro é apenas uma questão de prazo. Estão atrás de algo para me prejudicar, mas ainda há tempo até para prestar contas. A emenda está sendo usada”, explica.


Veja o vídeo:


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