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Déficit do Acreprevidência aumenta 22,6% e pode chegar a R$ 1 bilhão no final de 2024

Por
Orlando Sabino

Conforme dados constantes nos relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF divulgados pelo Governo do Acre, referente ao primeiro bimestre de 2024, o déficit previdenciário (diferença entre as receitas e as despesas previdenciárias) chegou a quase R$ 148 milhões no primeiro bimestre do ano. Em 2023, esse déficit foi de R$ 120 milhões, no mesmo bimestre.  O aumento do déficit aumentou 23,6% em relação ao ano anterior e representou 11,41% das despesas executadas no bimestre.


Déficit da previdência dos servidores civis foi de R$ 93 milhões


Conforme pode ser observado no gráfico a seguir, a receitas previdenciárias dos servidores civis alcançaram R$ 87 milhões e o pagamento de aposentados e pensionistas, totalizou R$ 180 milhões, gerando um déficit de R$ 93 milhões no bimestre. O déficit aumentou 19,2% em relação ao mesmo período de 2023.



Déficit da previdência do Sistema de Proteção Social dos Militares foi de R$ 55 milhões


Já as receitas previdenciárias dos militares alcançou somente R$ 14 milhões para uma despesa de R$ 69 milhões, ocasionando um déficit previdenciário dos militares de R$ 55 milhões, conforme demostrado no gráfico a seguir. O déficit aumentou 31% em relação ao mesmo bimestre de 2023.


Do décit previdenciário total foi de R$ 148 milhões, destes, 37% é para cobrir o pagamento e pensões para os militares. Já a cobertura para o pagamento de aposentados e pensionistas civis, representa 63% do déficit.



As receitas estaduais cresceram 23,6% e as despesas 21,8% 


No primeiro bimestre, o Acre foi o o segundo colocado no ranking nacional em termos de crescimento de receitas. O Estado de Minas Gerais (28%), foi o primeiro colocado. Depois do Acre vieram Rondônia (23%) e Pará (23%) que tiveram as maiores altas, em termos percentuais e nominais, das suas receitas correntes no, comparando com igual período em 2023.


Na tabela a seguir constam dados de receitas e despesas do Acre. Enquanto as receitas aumentaram em 23,6% as despesas liquidadas alcançaram um crescimento de 21,8% em relação ao mesmo período de 2023. O que resultou num superávit orçamentário de R$ 730 milhões, um crescimento de 26,9%.



Acre projeta gastar R$ 1,16 bilhão em investimentos em 2024


Conforme demonstrado na tabela a seguir, o governo estadual aumentou em 27,9% a sua previsão de gastos com investimentos em relação a previsão de 2023, o valor estimado ficou em R$ 1,157 bilhão. No primeiro bimestre o governo gastou somente 1% do projetado para o ano. No mesmo período de 2023, seu gasto também correspondeu a aproximadamente 1% do projetado. 



Temos repetitivamente dito que os investimentos públicos são fundamentais em qualquer economia pelo seu potencial de incrementar a renda e os empregos. Entendo como salutar o aumento previsto e que eles sejam executados em sua plenitude. O histórico de aplicação dos recursos disponíveis para investimento nos últimos anos não tem sido satisfatório, conforme gráfico a seguir, desde 2019 a melhor ano de execução dos investimentos foi em 2022 (68%). O gráfico também nos mostra uma linha de tendência crescente, o que nos deixa esperançosos de que estes recursos saiam do caixa do governo e sejam injetados na economia.



O déficit previdenciário é a grande preocupação para os gestores governamentais. Além da diferença entre receitas e despesas, o fator demográfico está influenciando grandemente. A população está envelhecendo e a expectativa de vida depois de se aposentar também está aumentando.  


O problema não é exclusivo do Acre, atinge todos os estados da federação brasileira. No Acre podemos ter 10% de todo o orçamento estadual de 2024 (estimado em R$ 10,8 bilhões), comprometidos para pagar o déficit previdenciário. Para se ter uma noção, esse montante, significa quase o mesmo valor que o estado propõe para serem gastos com investimentos. Acontece que, quando a área pública investe pouco (e opera com grandes déficits), o setor privado também se retrai, investindo menos. É um problema sério que devemos nos debruçar para traçar as saídas.



Orlando Sabinbo escreve às quintas-feiras no ac24horas


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