Das 22 cidades acreanas, três fazem aniversário nesta terça-feira, 14 de maio. Com raízes indígenas e extrativistas, Assis Brasil, Manoel Urbano e Senador Guiomard completam 48 anos.
O governador do Acre, Gladson Cameli, destacou que tem focado em entender a especificidade de cada município, para apoiar as prefeituras.
“São 22 cidades que têm demandas diferentes e que precisam da mão do Estado para que os avanços possam chegar a toda população. Nessa data festiva, é o momento de também fazermos o balanço do que temos feito nessas cidades e traçar as metas a serem alcançadas. O importante é que temos nos mantido unidos, buscando o melhor para o nosso estado. Parabéns a todos os moradores dessas cidades que completam quase meio século hoje”, destaca.
Assis Brasil
A cidade faz divisa com o Peru e a Bolívia, por isso, faz parte da tríplice fronteira acreana. A posição geográfica de Assis Brasil permite a formação de um núcleo de populações vizinhas, com a cidade peruana de Iñapari e o município boliviano de Bolpebra, condição que chama a atenção de turistas.
Assis Brasil nasceu no antigo Seringal Paraguçu, desbravado, em 1908, por três irmãos nordestinos: Berlamino, Durval e Policarpo Freire. Em 1958 tornou-se Vila de Assis Brasil, em homenagem a Francisco de Assis Brasil, político e diplomata que negociou com o Barão de Rio Branco, então ministro de Estado das Relações Exteriores, a compra do Acre do governo boliviano.
Atualmente, contabiliza 8,1 mil habitantes e tem recebido investimentos do governo em infraestrutura, saúde e meio ambiente.
Manoel Urbano
A segunda cidade que faz aniversário nesta terça é Manoel Urbano, com 11.996 habitantes. O município, originado a partir do Seringal Castelo, foi fundado em 1º de março de 1963, mas alcançou sua autonomia apenas em 14 de maio de 1976, por meio da Lei nº 588. No fim do século passado, dois irmãos, conhecidos como João e Zé Moaco, instalaram-se à margem direita do Rio Purus e abriram a Colocação Tabocal, devido ao imenso bambuzal ali existente.
Naquela época, o abastecimento e o escoamento dos produtos eram feitos exclusivamente por via fluvial, por meio de navios e embarcações menores, oriundos dos portos das cidades de Belém e Manaus. Durante um verão, um navio de nome Castelo ali ficou encalhado, em função da seca do Rio Purus, obrigando-o a aguardar a nova estação chuvosa, para retomar sua viagem. Em vista disso, o local passou a ser chamado Castelo pelos moradores vizinhos da região. Mais tarde, em 1936, com diversas benfeitorias já realizadas, os moradores solicitaram ao governo estadual sua promoção a Vila.
O topônimo é uma homenagem ao primeiro explorador do Rio Purus. Manoel Urbano da Encarnação era um mestiço amazonense, da região de Manacapuru. Uma das ações que o governo tem levado aos município é a facilitação da retirada de documentação. Já este ano, em celebração à Semana dos Povos Originários, a Polícia Civil do Acre (PCAC) promoveu uma iniciativa em parceria com o Tribunal de Justiça, Ministério Público e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai/AC). Entre os dias 19 e 20 de abril, a Aldeia Boaçu, localizada no Alto Rio Purus, em Manoel Urbano, recebeu os atendimentos do Instituto de Identificação da PCAC.
Uma ação voltada para as mulheres do setor produtivo também foi realizada em alusão ao Dia Internacional da Mulher, dando visibilidade ao trabalho das mulheres agrícolas no interior e celebrando o fortalecimento do papel das mulheres rurais que formam o setor produtivo.
Senador Guiomard
Atualmente com 21.454 habitantes, a história de Senador Guiomard começa em 1930, com a formação da Colocação Quinarizinho, durante o auge do extrativismo. Foram 32 famílias oriundas do Nordeste do país que iniciaram o povoamento daquela região, tendo sido aberta a estrada até Rio Branco em 1947. Foi elevada à categoria de vila em 1956, sendo seu primeiro subprefeito nomeado em 1957, passando então a se chamar Vila Grande Quinari.
Seu nome, segundo os moradores mais antigos, está associado à uma árvore denominada quinaquina, que havia em abundância no município e de cujas raízes se faz chá para curar febres e várias doenças. Há, porém, questionamentos a essa referência, pois para alguns historiadores a origem da palavra “quinari” é indígena, já que no passado a área era habitada por índios.
Em 1959, registra-se a chegada de famílias japonesas, que até hoje se fazem presentes e desenvolvem a cultura do amendoim. Durante a década de 70, chegaram dezenas de famílias provenientes do Sudeste brasileiro, atraídas pelo grande incentivo à pecuária promovido pelo governo do Estado. Mesmo recebendo o nome de Senador Guiomard, a cidade é popularmente conhecida até hoje como Quinari. Educação foi um dos focos do Estado na cidade.
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