Um aspecto começa chamar atenção nas eleições deste ano de 2024 por aqui: a valorização, muito além da média histórica, da figura dos pré-candidatos a vice-prefeito na Capital. Nunca é demais lembrar, do ponto de vista conceitual na lida diária do poder, o papel político do vice.
Qual o vice ideal? Há dois elementos basilares. O primeiro é ridículo de tão óbvio: precisa somar; precisa agregar valor à formação de uma chapa que aponte tendências de atuação ao eleitor. Por esse critério, o PCdoB já tem uma tremenda desvantagem, comparado ao PSD de Petecão na disputa à vaga na chapa de Marcus Alexandre.
E Edvaldo Magalhães, maior expressão política dos camaradas no Acre, sabe disso. Qual a desvantagem? É evidente que Marcus Alexandre mira um nome com perfil muito mais à direita do que o que poderia ser oferecido pelos comunistas. Marcus Alexandre precisa, mais do que dizer, apontar gestos concretos para o eleitor conservador, como é o eleitor acreano.
O ex-petista tanto sabe disso que não vacilou quando teve a primeira oportunidade de manter uma distância prudente dos ex-companheiros: a filiação no MDB é um cálculo de quem não tem dúvidas de que quer voltar ao exercício do poder.
Mas se Magalhães sabe que tem desvantagens, por que insiste? Porque é parte do jogo. Porque é papel dos partidos se valorizar na trama. É preciso apresentar disposição para a luta. Quem fica quieto não diz a que veio em uma disputa.
Já Petecão precisa aproveitar essa vantagem comparativa e atentar para o equívoco em deixar ao menos permitir a lembrança do nome da esposa para composição. O histórico da moça é o pior possível, tanto na forma quanto na essência. Sem contar essa tendência na política paroquial de tratar o jogo político como se fosse uma combinação de futricas de cozinha, de cama e de consanguinidade.
Sem pressa de escolher, Marcus vai deixando para o momento limite a apresentação desse nome. Com um detalhe: no caso do MDB, os partidos de esquerda observam com alguma cautela essa distância que o ex-companheiro tenta manter. Mas, necessitados de reocuparem espaços de poder, calam-se. Um silêncio estratégico. Um silêncio de recomeço. Um silêncio de quem sabe que o varadouro é longo, esburacado e com muito pico-de-jaca atravessando o caminho. Sabem que Marcus precisa observar o que fez Fernando Henrique Cardoso no distante ano de 1994: abraçou-se com o PFL e grudou Marco Maciel na cadeira ao lado, vigiada por ACM.
O segundo elemento basilar tem passado por mudanças de perfil. Mas o que a tradição política construiu é bom saber para que não se tenha surpresas. O segundo aspecto importante no perfil do vice é que o escolhido tenha consciência de que terá um papel coadjuvante. Isso é o que dita a tradição. E os últimos vices na cena política regional (um no governo do Estado e outro na atual gestão da Prefeitura de Rio Branco) mostram como essa escolha precisa ser feita com muito cuidado.
Na chapa de Bocalom, a escolha de Alysson como pré-candidato a vice se consolida mais por um erro do Progressistas do que por mérito do arquiteto da composição, senador Marcio Bittar. Não foi Bittar que teve uma “sacada genial”. Foi o Progressistas que não se comportou como um partido com dimensão exata do que é liderar um processo político.
Pelos dois critérios esboçados acima, uma vez no exercício do poder, Alysson seria o vice perfeito: quando fala, expressasse pouco e com insegurança e jamais será um empecilho para “o jeitão Bocalom” de administrar. E soma votos porque representa o Palácio Rio Branco na consolidação dos eleitores “de valores cristãos”, como gosta de repetir Bocalom.
Jarude, com a casca de novidade, mas de essência envelhecida, quer construir capital político, fixar o nome junto ao eleitorado na busca de se reeleger e, claro, pentear o ego com a brilhantina de macho alfa em estilo copiado dos galãs de redes sociais. Com esse perfil dândi marombado, não seria surpreendente que ele propusesse ao TRE ser vice de si.
Marcus Alexandre em busca de um direitão. Bocalom escolhendo o insosso estratégico. Jarude calculando o ângulo do espelho. Os vices ditarão os rumos das coisas por aqui?
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