Marcello Novaes se despede da Globo com Egisto, seu papel em Justiça 2. O ator estreou em Vale Tudo (1988) e emendou trabalhos como galã nos anos 1990. Trinta e seis anos depois, ele encerra seu contrato fixo com a emissora, mas avisa que gostaria de ser chamado por Manuela Dias para mais projetos que despertem nele o “desejo de não se acomodar”.
“Eu saí, assim, vamos dizer, com chave de ouro, no meu último trabalho na TV Globo”, declara o veterano. A autora, que está por trás da série do Globoplay, é responsável justamente pelo remake de Vale Tudo, previsto para entrar no ar em março do ano que vem no horário nobre.
“Espero que ela me convide outras vezes, porque admiro seu trabalho. Justiça 2 é diferente porque ela não é uma sequência [da primeira temporada], não, é uma outra história”, diz Novaes, antes de continuar.
“Poucas vezes eu li um roteiro em que eu falei: ‘Nossa, aqui tá com uma cara de ser um grande sucesso’. Ou de ser um texto redondo, de fácil entendimento e surpreendente ao mesmo tempo. Isso está muito bem feito em Justiça”, valoriza o ator de 61 anos.
Justiça 2 marca a despedida de Novaes como “funcionário” da Globo, assim como a de sua principal parceira de cena na série, Paolla Oliveira. Ambos podem voltar a trabalhar a qualquer momento em outros projetos da emissora, mas agora com contratos por obra.
Egisto praticamente sai de cena com uma morte trágica no 16º episódio, mas seu fantasma ainda vai “causar” na série. Ele é um ex-segurança que se casou com a herdeira de um fazendeiro. Ao lado de Jordana (Paolla Oliveira), administra uma gravadora com o nome dela, além de ser cúmplice de um assassinato que a endinheirada comete no primeiro episódio.
O personagem não tem nada de mocinho, faz parte da banda podre da série. Só que ele encontra uma bandida pior do que ele, capaz de tudo para tirá-lo do seu caminho. Trata-se da ambiciosa e injustiçada Milena, personagem de Nanda Costa.
“A Paolla é minha amiga particular, é uma atriz por quem eu tenho um reconhecimento muito grande, uma admiração muito grande. É muito bom trabalhar com a Paolla sempre. A gente já tinha trabalhado com a Nanda, que é um doce de pessoa, uma menina, mas que, quando entra em cena, ela é um furacão, é literalmente um furacão. Então, eu estava muito bem nutrido de parceiras”, comenta Novaes.
Manuela Dias explica que a série é sobre questões éticas, que se abrem em muitos outros pontos porque a justiça vem junto com a reparação. Vingança e possibilidade de perdão são o caminho pelo qual os personagens trafegam.
“É possível existir justiça num crime que não tem reparação? Por que, se te roubaram o carro, você pode ter o seu carro de volta. Mas a personagem, por exemplo, da Alice [Wegmann], que foi violentada durante dois anos, por mais que o personagem do Murilo [Benício] fique preso, não existe reparação. Então, onde está a possibilidade de justiça?”, indaga a autora.
Justiça 2 estreou em 11 de abril na plataforma de streaming da Globo e conta, ao todo, com 28 episódios. Novos quatro capítulos são liberados no catálogo todas as quintas.
Fonte: Notícias da TV
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