Os dados do IBGE – sobre rendimentos da população brasileira – que revelam como vivem as famílias, divulgado recentemente, mostram o Acre no triste cenário de crescimento da pobreza entre 2022 e 2023.
O Acre, aliás, foi o único estado brasileiro em que a pobreza cresceu, enquanto diminuiu nos demais 25 estados da Federação e no Distrito Federal, a taxa registrou queda, chegando ao menor nível desde 2012.
Em 2022, de acordo com o IBGE, 51,1% dos acreanos viviam com até R$ 664 por mês. Esse índice aumento para 51,55% em 2023. Quando o IBGE avalia aqueles que vivem com menos de R$ 208 por mês, temos mais de 13% da nossa população.
Uma triste realidade para um estado cheio de recursos naturais e com uma população cheia de sonhos e ousadia.
Estamos diante de um problema grave, mas não podemos ficar nele.
Precisamos de uma alternativa, ainda que seja a longo prazo, que nos ajude a gerar emprego, renda e oportunidade para nossa população.
É necessário um plano sério e urgente, que tire nosso estado da crescente pobreza.
Não podemos aceitar que o sonho de nossos jovens seja a busca por uma oportunidade profissional em outro estado.
Isso é assinar um atestado de fracasso, deixando que o problema aumente e sigamos para o fundo do poço. O abandono em massa.
Os países desenvolvidos estão comprometidos com a agenda ecológica, mas não demonstram preocupação com os povos que aqui vivem. Em nosso estado temos mais de 100 mil pessoas com renda mensal de aproximadamente R$200,00. Isso é inaceitável.
Esses problemas sociais geram consequências sérias para a população, seja no aumento da criminalidade, na escassez de recurso público para atender demandas de saúde, educação, saneamento, entre outras necessidades básicas.
O Acre precisa empreender-se. Precisa olhar para as boas práticas de outras economias, discutir seu potencial, sua vocação econômica, com a união de força e esforços de todos nós, que precisamos nos sentir responsáveis, sem colocar a culpar em projetos e modelos econômicos fracassados do passado.
Precisamos ousar e buscar alternativas viáveis, para gerar emprego e renda. O uso dos recursos naturais foi, é e sempre será o motor de crescimento das economias, gerando oportunidade e melhorando a qualidade de vida da população.
Alinhar isso a uma agenda ecológica de forma a criar uma simbiose real de sustentabilidade ecológico-econômica, é um caminho possível para que possamos passar a sonhar com um estado melhor para as futuras gerações.
Colocar no centro da discussão a ideologia política, como solução econômica, não deu e nem dará certo. Em regra, o estado não sabe empreender. A mudança precisa começar pelas pessoas, passar por dentro das residências e das famílias.
A Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícola do Acre – Acisa, vem trabalhando um Programa de Educação Financeira, que visa conscientizar e fazer com que adolescentes e jovens, despertem para a importância de cuidar das finanças e empreender.
Um Programa que vai mexer com nossas famílias, trazendo uma reflexão sobre nossa realidade e o que queremos para o futuro. São eles, crianças e adolescentes, que muitas vezes nos fazem refletir e mudar de atitude.
Serão eles, que nos ajudarão a iniciar um novo tempo para nosso Acre.
Mas, para isso, precisamos unir forças e tomar atitudes.
Valorizar, fortalecer e respeitar aqueles que, mesmo com todas as dificuldades, se arriscam na geração de emprego e renda, é um ponto importante para o agora. Não podemos tratar empresários e empreendedores como inimigos.
É preciso olhar para cada estabelecimento comercial, cada pequeno negócio, cada empreendedor com esperança e a certeza que são eles, que podem transformar essa triste e dura realidade.
O Acre precisa e pode ser melhor para todos nós!
Marcello Moura é presidente da Acisa
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