Estudo produzido pelo Fórum Empresarial do Acre e pela Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) indica que os dados da pecuária no estado são bastante significativos se comparados a outros setores da economia local, ao ponto de se afirmar que a atividade econômica pode ser considerada a mais consolidada, representando 40% do Valor Bruto da Produção (VBP) acreana.
De acordo com as previsões, este ano a produção de carne bovina deve chegar a 120 mil toneladas no Acre. A estimativa é de que sejam abatidos 485 mil bovinos ao longo do ano, o que representa 1,05% da produção de carne do Brasil. Com uma taxa média de crescimento por ano de 6,65%, pode-se projetar um rebanho de mais de 5,3 milhões de bovinos no Acre em 2024, e que em 2030 o rebanho acreano supere as 7,7 milhões de cabeças.
Ainda segundo o estudo, o total acumulado de animais no Acre desde o ano de 1998 até 2023 é de 9.192.087. O número de abates nesse período foi de 367.683 animais, o que representa uma média de 7,93% do rebanho abatido anualmente, sendo que em 2023 foram abatidos 466.875 animais, ou 26,98% acima da média histórica.
De acordo com o IBGE, o rebanho bovino do Acre em 2022 era de 4.635.381 animais, sendo que a região do Baixo Acre concentra 54% do rebanho bovino acreano. Entre 1985 e 2022 o rebanho acreano cresceu 1.227%, sendo que de 2010 a 2022 a variação de crescimento foi de 79,77%, ou seja, o rebanho vem crescendo a uma média de 6,65% ao ano, apesar do crescimento do rebanho ter sido de 14,5% entre 2021 e 2022.
Quanto à área de pastagem, o Acre tem mais de 2,38 milhões de hectares ocupados pela pecuária, o que representa 14,5% do território acreano, segundo dados do MapBiomas. Em 1985 contávamos com 439.329 hectares de pasto e um rebanho de 349.150 animais, ou seja, uma taxa de lotação de 0,79 animais por hectare. No ano de 2022, a área de pastagem correspondia a 2.376.857 hectares, sendo que o rebanho bovino era de 4.635.381 animais, ou seja, uma taxa de lotação média de 1,95 animais por hectare.
O estudo ressalta, ainda, que mesmo com a predominância de um cenário marcado pela produção pecuária tradicional, caracterizado pelo uso de pouca tecnologia aplicada à produção, é possível visualizar um cenário bastante promissor no Acre, uma vez que, partindo dos números de crescimento do rebanho, abate de bovinos e crescimento da produtividade, é possível afirmar que os investimentos realizados no setor apresentam retornos significativos para os produtores e para a sociedade acreana.
Apesar do cenário animador, o boletim adverte que grandes desafios continuam pairando sobre o setor, criando a necessidade de profissionalização para enfrentar instabilidades que devem acontecer durante o ano de 2024:
a) os desafios tradicionalmente conhecidos, tais como os custos dos fretes, pressionados pelas distâncias dos grandes centros consumidores e as condições precárias históricas de infraestrutura da maioria dos ramais do Acre;
b) a necessidade de investimentos em tecnologias agropecuárias, tais como aquelas de precisa para maximizar a eficiência no uso de insumos, reduzir perdas, automatizar processos, manejo de pastagens e a melhoria da produtividade total das unidades produtoras;
c) a observância das regras de sustentabilidade ambiental; e
d) os cuidados com possíveis eventos climáticos extremos, como a possibilidade de uma grande seca e os seus efeitos negativos sobre a degradação das pastagens e engorda dos animais.
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