Os pacientes portadores de papilomatose respiratória recorrente (PRR) foram incluídos, a partir da segunda-feira (22), no grupo prioritário para a vacinação contra o HPV. A inclusão foi motivada por uma série de publicações que demonstram os benefícios da vacina como tratamento auxiliar para esses pacientes, indicando grande redução no número e no espaçamento de recidivas nos pacientes imunizados. A vacina será ofertada mediante apresentação de prescrição médica. E para os menores de 18 anos, é necessário documento com consentimento dos pais ou responsáveis.
A papilomatose respiratória é uma doença pouco frequente, em geral benigna, que pode causar grave comprometimento clínico e psicológico nas pessoas afetadas. Ela acomete tanto crianças como adultos. Causada pelo papilomavírus humano (HPV), em especial pelos tipos 6 e 11, caracteriza-se pela formação de verrugas, geralmente na laringe, mas que podem se estender para outras partes do sistema respiratório.
O tratamento da PRR é cirúrgico, para remoção das verrugas das cordas vocais e da laringe. Mesmo com uso concomitante de medicamentos que podem ser associados ao procedimento, as recorrências são frequentes, sendo necessários repetidos procedimentos cirúrgicos. Nos quadros de pior evolução em crianças, as recidivas são mais agressivas e o prognóstico é pior. Dessa forma, o tratamento, na maioria das vezes, é extremamente custoso, doloroso e, muitas vezes, ineficaz.
Por isso, desde o desenvolvimento da vacina HPV em 2006, vem sendo estudado o papel dessa vacina como um acréscimo no tratamento da doença, quantificando o número de intervenções cirúrgicas ou recorrências dos papilomas em vacinados, comparativamente aos pacientes tratados de forma convencional. Considerando os benefícios apontados, serviços de otorrinolaringologia têm avaliado o uso desta vacina como adjuvante terapêutico, com resultados encorajadores. Após avaliar essas informações, o Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) do Ministério Saúde decidiu incluir as pessoas portadores de PRR no grupo prioritário para vacinação contra o HPV.
Dose única
O ministério adotou recentemente nova estratégia de vacinação contra o HPV: o esquema agora é em dose única, substituindo o antigo modelo em duas aplicações. Com isso, a pasta praticamente dobra a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país. A ideia é intensificar a proteção contra o câncer de colo do útero e outras complicações associadas ao vírus. A recomendação da dose única foi embasada em estudos com evidências robustas sobre a eficácia do esquema frente às versões com duas ou três etapas. Além disso, a estratégia segue as recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Por Ministério da Saúde
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