Três influenciadores digitais, que juntos somam mais de 28 milhões de seguidores nas redes sociais, estão entre as cinco pessoas alvos de uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira pela Delegacia do Consumidor (Decon). Os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos de fazer rifas ilegais pelas redes sociais e lesar seus seguidores, num esquema que já teria movimentado ao menos R$ 15 milhões. Segundo a polícia, os prêmios nunca eram entregues aos vencedores. Para simular credibilidade, os acusados simulavam entregas de bens valiosos aos próprios comparsas, que eram gravadas e publicados nas redes sociais para que os seguidores acreditassem na farsa.
Luiz Guilherme de Souza, o Gui Polêmico, possui 15 milhões de seguidores. Nascido em Itaguaí, no Rio de Janeiro, o ‘influencer’ costuma publicar vídeos engraçados sobre o dia a dia de um casal da periferia. Através de seu perfil na internet, Gui negou as acusações.
Nathanael Cauã Almeida de Souza, o MC Chefin, tem 13,5 milhões de seguidores nas redes sociais. Nascido e criado na Vila Kennedy, em Bangu, Zona Oeste do Rio, se apresenta como rapper, cantor e compositor. Ficou conhecido nacionalmente pela canção “212”, que alcançou o 4° lugar da Billboard Brazil. Em seu perfil no Instagram, ele negou que tenha lesado algum seguidor e disse que a polícia apreendeu seu colar avaliado em para perícia. Após a operação, MC Chefin usou as redes sociais para lamentar a apreensão do cordão. Em um vídeo postado em janeiro, ele aparece usando a mesma joia, que foi apreendida nesta quarta-feira.
Vídeo mostra MC usando cordão que foi apreendido pela polícia nesta quarta-feira
No dia 19 de abril de 2022, Chefin, PL Quest, Bielzin e Oruam embarcavam em um voo para Espírito Santo, onde seria realizado um show, mas foram intimados dentro da aeronave por não fazerem usos das máscaras de proteção contra a COVID-19. Os artistas se negaram a pôr as máscaras, exceto Chefin, e o mesmo presenciou a expulsão de seus colegas durante o voo, que fez a aeronave retornar para o aeroporto de partida, para entregá-los à Polícia Federal.
Já Samuel Bastos de Almeida, o Almeida do Grau, é o menos famoso dos influenciadores. Possui 440 mil seguidores no Instagram. Ficou conhecido por gravar vídeos empinando motos de luxo e participando de ‘pegas’ em carros que podem valer até R$ 700 mil. Ele também negou as acusações.
Os mandados foram cumpridos nas residências dos investigados, em bairros nobres do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana, e em Magé, na Baixada Fluminense. A ação teve como objetivo identificar outros integrantes do grupo criminoso e coletar provas de outros delitos, como lavagem de dinheiro.
Um desses sorteios, realizados no ano passado, valia um carro e uma moto. Cada tíquete custava R$ 0,35. O apostador tinha de escolher números de 0 a 9.999.999, num total de 10 milhões de combinações possíveis. Em sorteios regulares, baseados na Loteria Federal são utilizados cinco números de 0 a 9, num total de 100 mil combinações possíveis.
De acordo com as investigações, os alvos utilizavam artifícios fraudulentos para manipular sorteios e controlar os resultados. Os lucros milionários são investidos na compra de veículos de luxo e mansões, segundo a polícia.
Os investigados respondem pelos crimes de jogo de azar, crime contra a economia popular e associação criminosa.
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