A Delegacia de Repressão a Fraudes Eletrônicas deflagrou a Operação Aleteia e cumpriu 24 mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão. As ordens foram executadas no Iapen, contra um grupo acusado de se passar por policiais para extorquir vítimas no Amapá, através dos golpes do ‘PIX reverso’ e da ‘novinha’.
Segundo informações, a investigação iniciou após o registro de mais de 40 boletins de ocorrência. O grupo tinha duas linhas de atuação. A primeira, a do “Pix reverso”, funcionava com a aplicação de golpes com falsas transferências. Os criminosos buscavam nas redes sociais por produtos à venda, entravam em contato com a vítima e, durante a negociação, informavam que, por causa de problemas relacionados ao limite de PIX, teriam que fazer o pagamento via transferência bancária. A partir daí, os bandidos manipulavam um comprovante de pagamento falso e enviavam ao vendedor. Para receber o produto e não serem descobertos, os golpistas usavam um laranja.
Eles diziam, ainda, que estavam de plantão, já que seriam policiais, e não poderiam ir buscar o produto. Informavam que um parente iria buscar. Em alguns casos chamavam até motoristas de aplicativo para realizar a retirada. Dias depois, a vítima via o seu objeto sendo anunciado novamente. A polícia garantiu que os motoristas não tinham relação com o crime e também são vítimas.
O outro ‘modus operandis’ é o ‘golpe da novinha. Conforme os depoimentos, a vítima iniciava uma conversa com o criminoso, que se passava por uma mulher menor de idade, e durante o bate-papo, sempre de cunho sexual, trocavam fotos íntimas. Tempos depois, uma pessoa que se identificava como um policial entrava em contato com a vítima e afirmava que ela seria presa por compartilhar conteúdo pornográfico de menores. Em seguida, pedia dinheiro para não denunciá-la.
Mais de 60 depoimentos foram realizados. A polícia conseguiu recuperar bens subtraídos. Houve a quebra do sigilo telefônico de pessoas envolvidas no esquema e o bloqueio de 26 contas bancárias. Durante as buscas foram apreendidos vários telefones celulares e 500 gramas de maconha no interior de celas.
A operação contou com a colaboração NOI; da Delegacia de Polícia de Porto Grande; da Delegacia de Polícia de Itaubal do Piririm; da Delegacia de Roubos e da Polícia Penal.