A Meta, dona da rede social Instagram, anunciou nesta quinta-feira (11) novas medidas para proteger os jovens de chantagens com fotos íntimas, quando as plataformas são cada vez mais observadas na Europa e nos Estados Unidos para a proteção de menores.
A rede social vai criar, nos próximos meses, um “controlador de nudez” por defeito para contas de menores, que desfocará imagens de natureza sexual enviadas por mensagens no Instagram, mas também limitará as interações entre utilizadores jovens e contas identificadas como sendo de possíveis chantagistas.
“Assim, o destinatário não é exposto de forma indesejada a conteúdos íntimos e tem a opção de ver ou não a imagem”, explicou à Agência France Presse (AFP) Capucine Tuffier, responsável pela proteção infantil da Meta France.
Mensagens de conscientização sobre a chantagem sexual com fotos – também chamada de sextorsion – serão enviadas ao mesmo tempo ao remetente e ao destinatário das imagens, lembrando-lhes que esse conteúdo sensível pode resultar em capturas de monitor e transferência de informação por pessoas mal intencionadas.
“Trata-se de reduzir a criação e a partilha desse tipo de imagem”, afirma Tuffier.
Além disso, quando uma conta for identificada pelas ferramentas de inteligência artificial da Meta como sendo potencialmente fonte desse tipo de chantagem, as suas interações com menores serão fortemente limitadas.
Uma eventual conta criminosa não poderá, por exemplo, enviar mensagens privadas para a conta de um menor, não terá acesso à sua lista completa de seguidores e as contas dos menores deixarão de aparecer na pesquisa, explicou Capucine Tuffier.
A Meta também passará a avisar o jovem se ele entrar em contato com um potencial chantagista.
O menor será então direcionado para um site dedicado à matéria – Stop Sextortion – e terá acesso a uma linha telefónica de apoio, em parceria com associações.
As novas medidas serão testadas a partir de maio em diversos países da América Central e Latina, antes de serem aplicadas globalmente.
A Meta, acusada nos Estados Unidos e na França de prejudicar a saúde mental dos adolescentes, já tinha anunciado em janeiro o primeiro conjunto de medidas para melhorar a proteção dos utilizadores mais jovens.
Entre elas está a que obriga agora o utilizador menor de idade a ter permissão explícita dos pais para alterar sua conta de privada para pública, acessar conteúdos considerados “sensíveis” ou ter a possibilidade de receber mensagens de pessoas que ainda não segue na plataforma.
A Comissão Europeia iniciou investigações separadas sobre Meta, Snap (Snapchat), TikTok e YouTube relativamente às medidas para proteger a “saúde física e mental” dos menores.
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