Morreu, aos 91 anos, o cartunista, desenhista e escritor Ziraldo Alves Pinto, criador de, entre outros personagens reconhecidos, ‘O Menino Maluquinho’. À TV Globo, a família do artista confirmou, neste sábado, 6, que ele faleceu enquanto dormia em casa, no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Segundo a assessoria de Ziraldo, ele estava com a saúde debilitada após sofrer três AVCs (acidente vascular cerebral) entre 2018 e 2022, informou a Globonews. A causa da morte não foi divulgada.
Natural de Caratinga (MG), onde passou a infância, Ziraldo veio a se tornar um dos maiores nomes da literatura infantil do País. Desenhista desde a infância, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg) em 1957. Na década de 1960, se tornou um dos fundadores do O Pasquim, veículo combativo à Ditadura Militar, que vigorou entre 1964 e 1985.
Ziraldo começou a carreira em 1950, na revista Era uma vez…, e se tornou responsável por uma folha de humor no A Folha de Minas, jornal onde publicou seu primeiro desenho, aos seis anos de idade, em 1939.
Em 1960, passou a trabalhar, também, pelo Jornal do Brasil, veículo onde publicava artes políticas. Também, nessa época, passou a escrever histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista sobre a Turma do Pererê. Nesse período, também surgiram os personagens Mineirinho, Jeremias, o Bom, e Supermãe.
Cinco anos depois, com outros humoristas, fundou o semanário O Pasquim, com artes emblemáticas e personagens irreverentes como o Graúna, Ubaldo e os Fradins. Integraram a publicação os artistas Millôr, Henfil, Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ivan Lessa, Sérgio Augusto e Paulo Francis.
Ziraldo chegou a ser preso um dia após o AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968. Na ocasião, foi detido em casa e levado ao Forte de Copacabana. Seu primeiro livro infantil foi publicado em 1969, o FLICTS, e uma década depois, em 1979, se dedicou à literatura infantil.
Foi quando surgiu ‘O Menino Maluquinho’, em 1980, considerado seu maior sucesso e um dos maiores fenômenos editorais brasileiros.
Fonte: Terra