Nesta sexta-feira (5), a Polícia Civil do Acre detalhou a “Operação Portas Abertas”, que investiga a rebelião ocorrida em julho de 2023 no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco. O conflito resultou na morte de cinco integrantes da facção Bonde dos 13, com três deles decapitados por membros de uma facção adversária.
O delegado Roberth Alencar, responsável pela investigação, destacou a complexidade do trabalho, especialmente devido às muitas horas de imagens do sistema de segurança do presídio. A operação policial resultou na prisão de um policial penal, cuja identidade não foi revelada, por facilitação de fuga e organização criminosa.
Além disso, foram executados 12 mandados de busca e apreensão, incluindo um no estado de Rondônia. Na mesma operação, quatro agentes de segurança do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (sob investigação) foram suspensos de suas funções por quatro meses. “Efetuamos a prisão de um agente e afastamos quatro profissionais. Temos indícios da participação dos envolvidos, mas não divulgaremos os nomes para não prejudicar a segurança das famílias”, afirmou Alencar.
O delegado adiantou que a segunda fase da operação consistirá na coleta de evidências, incluindo equipamentos eletrônicos e movimentações financeiras dos principais envolvidos.
Detalhes da fuga
Segundo o delegado, o planejamento da fuga teve início em 17 de julho de 2023. “Os autores começaram a serrar o ferrolho e só saíram das celas no dia 26, quando realizaram a rebelião”, detalhou.
O delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, parabenizou o trabalho da Polícia Civil e informou que os dois inquéritos ainda estão em andamento. Ele destacou que toda a investigação conta com o acompanhamento do Ministério Público, garantindo a lisura completa do processo, independentemente de quem esteja envolvido. O objetivo é esclarecer os fatos à sociedade e verificar se houve facilitação por parte de servidores públicos e terceirizados.
O secretário-adjunto da Segurança Pública do Acre, Evandro Bezerra, ressaltou que essa operação é uma resposta do Estado. “Embora o fato tenha ocorrido no ano passado, a gravidade dos acontecimentos é reconhecida. Desde então, as autoridades estão empenhadas na elucidação. Hoje, demonstram que estão firmes no combate à criminalidade”, disse.