O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta-feira (4), dois homens e uma mulher por tentativa de latrocínio em um assalto ocorrido em dezembro do ano passado, em Manaus, que tinha o objetivo de roubar 47 kg de ouro ilegal. Na época, o material não foi levado pelos assaltantes porque os policiais chegaram a tempo de impedir o transporte do metal, num episódio que ficou registrado como a maior apreensão de ouro ilegal da história do A denúncia é de autoria de procuradores da República que integram o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPF no Amazonas e atuaram em cooperação com os ofícios da Amazônia Ocidental em Manaus. A mulher e um dos homens denunciados também vão responder por comunicação falsa de crime.
Na época, os dois responsáveis pelo transporte do ouro proveniente de garimpo ilegal saíram do Aeroclube do Amazonas num carro, com as barras acondicionadas em malas. Quando percorriam a Avenida Professor Nilton Lins, uma das principais da Zona Norte da capital amazonense, passaram a ser perseguidos por dois outros veículos, um deles com a placa adulterada.
Vários tiros foram disparados contra o carro que transportava o ouro ilegal, e um dos ocupantes foi atingido no abdômen. Com o ataque, os dois homens deixaram o carro na pista e se esconderam dentro de uma loja.
Como a viatura policial chegou ao local logo após ter sido acionada por pessoas que transitavam por ali, os assaltantes não tiveram tempo de levar o ouro e fugiram em um dos veículos usados na perseguição. Dentro do outro carro abandonado no local, foram encontrados uma pistola Glock 380, roupas camufladas do tipo militares, além de dispositivos usados para furar pneus.
No mesmo dia do ataque, a mulher e um dos homens denunciados procuraram a Polícia para comunicar o suposto roubo do carro com placa adulterada usado na perseguição e abandonado no local. O objetivo, segundo o MPF, era que saíssem ilesos da investigação.
A partir daí, a apuração comprovou que o veículo não havia sido roubado, assim como a participação dos dois na tentativa de latrocínio. Após testemunhos, cruzamentos de dados, análise de câmeras de vigilância da cidade e do histórico dos carros, entre outras providências de investigação, foi possível localizar o veículo usado na fuga e comprovar a participação do terceiro envolvido no crime.
Na denúncia, o MPF destaca que a origem ilegal do ouro ficou demonstrada pela investigação e por meio de laudos periciais. Por esse motivo, os dois homens que transportavam o material foram presos em flagrante no dia do ataque, processados e condenados por usurpação de patrimônio da União.
Os procuradores explicaram que o crime de latrocínio tentado atinge não só os ocupantes do veículo perseguido, mas também a União, verdadeira dona do ouro apreendido.
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