O jornalista Jairo Carioca, que lançou recentemente o livro “Vovô Irineu – todos vão se recordar e começar do ABC”, uma obra de 310 páginas sobre a doutrina do Daime, fundada pelo Mestre Irineu Serra, na capital acreana, foi o entrevistado desta quarta-feira, 3, no Bar do Vaz.
Lançado com apoio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) e publicado pela editora espírita Chico Xavier, de Santa Luzia (MG), o livro tem tido muita aceitação em diversas correntes do daime e recebido pedidos mais de fora – até do país – que do Acre. “Santo de casa não faz milagre”, justifica.
Na conversa com o jornalista Roberto Vaz, o autor explica que o nome “Vovô Irineu” é como os seus irmãos mais velhos, que conheceram o Mestre Irineu, o chamam até hoje, de uma forma carinhosa. “Aprendi a conhecê-lo no berço, na infância e na adolescência, e até hoje, nos meus 52 anos.”
“Ele foi padrinho, juiz de paz, psicólogo, psiquiatra, e representou muito para a comunidade que viveu em torno dele e que vive ainda em torno da doutrina que ele criou”, relata reforçando a importância que Irineu Serra teve em sua comunidade.
Carioca resume como Mestre Irineu chega à Amazônia, depois de sair do Maranhão, em 1909, e encontra com conterrâneos dele no Peru, após chegar ao Acre, sendo apresentado ao daime por uma entidade espiritual conhecida como “Rainha da Floresta”.
O autor define o daime não como uma religião ou uma seita, mas como uma filosofia de vida, uma doutrina para o bem. “Uma bebida que tem uma doutrina, conceitos e princípios que são capazes de nos reger durante toda a nossa vida”, diz.
O livro de Jairo Carioca também descreve detalhes ritualísticos, como a concentração para os trabalhos, o hinário e o batismo na doutrina, que tem atraído turistas do mundo inteiro ao Acre. “Estamos falando de uma bebida que está se tornando um fenômeno no mundo inteiro”, enfatiza.
O livro pode ser adquirido na plataforma da editora Chico Xavier, que é a primeira editora espírita a publicar uma obra sobre o Daime e também há exemplares na livraria Paim. Fora do Acre, há exemplares na livraria AMEI, em São Luís (MA), e na Livraria Sebinho, em Brasília (DF).