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Frequência de eventos extremos no Acre foi destacado em outubro por pesquisadores

Foto: Taquari tem dezenas de ruas alagadas, em Rio Branco I Whidy Melo/ac24horas
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A ocorrência de enchentes de grandes proporções no Acre por dois anos seguidos, como ocorreu em 2023 e 2024, vai ao encontro do que mostra um estudo desenvolvido por pesquisadores acreanos da Universidade Federal do Acre (Ufac) em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o centro de pesquisas americano Woodwell Climate.


Publicado na revista “Perspectives in Ecology and Conservation”, quando uma estiagem histórica atingia grande parte da Amazônia o artigo “Extremos Climáticos na Amazônia: Aumento das Secas e Inundações no Estado Brasileiro do Acre”, o estudo diz que a intensificação dos eventos climáticos extremos já é uma realidade em todo o mundo e que o estado do Acre já vem experimentando ocorrências desse tipo desde 1987.

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Relembre aqui: Acre registrou 254 eventos climáticos extremos entre 1987 e 2023, mostra estudo.


No estudo, os pesquisadores quantificaram a frequência de inundações, secas, crises hídricas e incêndios florestais no Acre, identificando as causas e impactos. Em média, entre 1987 e 2023, seis municípios acreanos foram afetados por ano por crises hídricas, incêndios ou inundações. Ainda de acordo com a pesquisa, 2010 é o ponto de virada para esse “novo padrão”.


Os eventos extremos no Acre se concentram nas regiões mais populosas. No período analisado, todos os municípios do Acre registraram pelo menos três eventos extremos. No entanto, os municípios de Rio Branco e Cruzeiro do Sul registraram de 17 a 26 eventos extremos, correspondendo a um acontecimento a cada dois anos.


Coautora do estudo, a pesquisadora Sonaira Silva, do Campus Floresta da Ufac, em Cruzeiro do Sul, diz que até 2004 os registros mostravam a ocorrência de um evento extremo por ano nos municípios acreanos, em média. Após 2010, dois ou mais eventos foram identificados frequentemente no mesmo ano e em um mesmo município. “A gente está tendo um colapso de vários eventos ao mesmo tempo, com vários danos de grande proporção”, disse.


Nas conclusões, o estudo diz que o Acre pode estar entre os estados brasileiros mais críticos impactados por eventos climáticos extremos e que os registros documentados no trabalho servem como um alerta para a Amazônia como um todo, devendo mais estudos como esse serem realizados para todos os estados da região e do Brasil.


Os dados mostram a urgência de implementar ações de adaptação aos extremos climáticos e que os processos de adaptação e mitigação devem ser considerados não apenas nos municípios de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, mas em todo o Estado do Acre, especialmente nos municípios com maior vulnerabilidade social e econômica.


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