O delegado da Polícia Civil Pedro Paulo Buzolin, um dos coordenadores da Operação Jackpot, que investiga a promoção de rifas e plataformas ilegais por influenciadores do Acre, disse em coletiva nesta terça-feira (19), que os seguidores dos investigados que participavam dos jogos e sorteios promovidos podem nunca ter tido a chance real de obter lucros. Se forem identificados os crimes de lavagem de dinheiro, comumente ligados às divulgações de rifas online, os investigados podem estar sujeitos a até 10 anos de prisão.
Na coletiva, Buzolin lembrou que a maioria das sedes dos produtos anunciados está em países que não têm convenção com o Brasil, o que impossibilita qualquer fiscalização sobre a lisura das plataformas e rifas. “As plataformas são programadas, o computador sempre vai fazer aquilo que foi programado para fazer. Se o programador programar a plataforma para obter lucro total, ninguém vai ganhar, só a plataforma. Então, às vezes, sequer o lucro depende da sorte. O computador pode estar programado simplesmente para dar perdas em todos os jogos”, afirmou.
O delegado disse também que a Operação Jackpot ainda está na primeira fase, e outros influenciadores ainda podem ser arrolados no processo. “Já chegamos a pessoas que receberam cerca de meio milhão de reais. Essa é só uma primeira fase da investigação. À medida que forem identificadas, outras pessoas, principalmente com as análises dos celulares, pode ser identificado o crime de quadrilha ou bando”, afirmou.
Apesar dos crimes já evidenciados, o delegado descartou prisões na primeira fase do processo, já que os crimes investigados são de natureza leve. Caso seja identificado o crime de lavagem de dinheiro, a pena é de até 10 anos de prisão.
VEJA A FALA DO DELEGADO: