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Situação do linhão de energia é “dramática” e provoca danos ambientais, diz procurador

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As obras de instalação das torres para a passagem da rede de energia elétrica do linhão dentro dos 18 quilômetros da Terra Indígena Noke Koi (os Katukina da BR-364), em Cruzeiro do Sul, continuam paradas e há o risco de uma nova rota ter que ser feita. O caso poderá ser decidido na Justiça Federal.


A comunidade indígena alega danos ambientais e exige indenização de cerca de R$ 30 milhões. Na última quarta-feira (14), houve a denúncia de que o procurador da República que acompanha as obras do linhão, Luidgi Merlo, servidores do Idaf e do Ibama teriam sido feitos reféns pelos indígenas. O sequestro foi negado pelas lideranças da comunidade.


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O Procurador da República Luidgi Merlo conversou com o ac24horas e explicou sobre os próximos passos para tentar resolver o imbróglio, afirmando que, se não houver acordo entre as partes em uma nova reunião, marcada para o próximo sábado (23), a questão será judicializada.


“Eu oficiei a empresa, a Funai, Ibama para se manifestarem sobre as reivindicações dos indígenas. Caso não haja possibilidade de um acordo entre as partes, o caminho é a judicialização. Haverá reunião sábado na Terra Indígena entre os envolvidos, inclusive com a possibilidade da presença de representantes do Ministério dos Povos Indígenas para, enfim, compreender melhor a situação e as reivindicações feitas pelos indígenas”, relata o procurador, afirmando que não haverá a presença da Polícia Federal na reunião.



Quanto aos danos ambientais da obra do linhão de energia, que vai colocar o Vale do Juruá ao Sistema Interligado Nacional, o procurador Luidgi Merlo destaca que a situação é dramática. “O fato do linhão evitar o uso do óleo diesel e contraditoriamente causar danos à floresta, agora na sua fase de implantação, são situações dramáticas que envolvem ponderação. Em comparação, em termos ambientais, a obra vai ser benéfica porque realmente é um gasto muito grande de óleo diesel. Então, sim, haverá um impacto ambiental como qualquer empreendimento. Mas o Ibama também vem certificando no sentido de que esse impacto seja o mínimo possível, inclusive para as comunidades indígenas. Essa é a reivindicação do povo Katukina que está sendo analisada pelo MPF. Os danos ambientais já foram previamente analisados pelo Ibama antes da expedição das licenças prévias de instalação do empreendimento. Claro que isso está sempre sujeito à verificação. Os indígenas colocam que estaria havendo outras questões, para além daquilo que estava nos estudos, e é isso que também foi e está sendo verificado junto ao Ibama”, declarou.


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