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Idosa emociona ao falar da fome que vai encontrar em casa ao ser retirada do Parque de Exposições

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Whidy Melo

A vazante no rio Acre após a cheia catastrófica que mudou a rotina de mais de 70 mil pessoas em Rio Branco, possibilita, a partir desta quarta-feira (13) o retorno para casa das mais de 700 famílias que ainda continuam abrigadas no Parque de Exposições Wildy Viana, no Segundo Distrito da capital.


A volta para casa após tamanho desastre, só não causa alívio para aquelas pessoas cujo desastre ainda é maior e rotineiro: a fome. Com refeição balanceada e em abundância, algumas das mais de 4 mil pessoas que ficaram abrigadas em locais públicos de Rio Branco, a maioria delas no Parque, estavam satisfeitas em, simplesmente, não ter que se preocupar no que comer.


Maria das Dores Gonçalves, de 67 anos, natural de Tarauacá, no interior do Acre, e moradora do bairro Taquari, foi resgatada de sua pequena casa de madeira pelo Corpo de Bombeiros quando a água já avançava pelo assoalho. Saiu de casa temendo estar desamparada, mas quando acolhida com um prato de comida percebeu que há males que vem para o bem. “Eu estava em casa, mas passava fome. Chorava de fome. Abrigada, eu tenho comida, não falta, tenho dentista, médico, aqui eu tenho tudo e sou muito grata por isso”, disse.


Das Dores conta que veio a Rio Branco com o pai para buscar tratamento médico a ele, há mais de dez anos, mas o pai não resistiu e faleceu. A pobreza era tanta que a senhora, com problemas graves de osteoporose, acabou ficando ilhada na capital por falta de dinheiro. “Deus tirou meu pai de mim, fiquei presa aqui, sem ter dinheiro para voltar. Passei e ainda passo fome. A aposentadoria é pouca, só um dos remédios para asma que uso custa mais de R$ 100, não dá para comprar tudo o que precisa. Mas os vizinhos me ajudam, às vezes eu peço um prato de comida, mas já fui parar na UPA com essa fraqueza, disseram que é fome”, lamentou.


Durante a reportagem, Maria das Dores não pediu nada. Do contrário, quis agradecer: “Eu não sei como vai ser quando eu chegar em casa, nem o que vou comer, mas eu agradeço a todos aqui que cuidaram de mim. Deus vai saber o que vai fazer comigo”, concluiu. Maria não tem telefone próprio e nem o endereço correto no Taquari. O número de contato para ajuda é: (68) 99219 2316


ASSISTA AO VÍDEO:



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