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“Autista Gay”: estudante de Medicina da Ufac denuncia homofobia no curso

Por
Saimo Martins

O estudante de Medicina da Universidade Federal do Acre Jonisson Leal Lima (25) formalizou uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF), alegando ter sido vítima de homofobia e preconceito pelos próprios colegas de classe do 2° período do curso.


Ao ac24horas, o acadêmico contou que o episódio ocorreu há quase um mês. Jonisson Lima disse que foi chamado por alguns colegas de turma de “gay” e “autista gay” em grupos do aplicativo WhatsApp.


Segundo ele, o clima na ficou tenso desde o 1° período do curso. “Existe uma série de mensagens diretamente a mim e outros comentários homofóbicos como: “Meu Deus! Vamos ter o Jonisson na sala!”. No 1° período, um cidadão mandou um comentário tipo odeio gay e todas as conversas ocorreram em grupo da sala. Além disso, dentro do wi-fi, fizeram uma rede e colocaram o nome de ‘autista gay’. Eu venho sofrendo crime de homofobia dentro do curso de Medicina por colegas da minha sala e também de outra turma”, denuncia Jonisson.


O estudante, que prefere (para não atrapalhar as investigações) não revelar os autores da denúncia, diz que decidiu expor o caso à sociedade, por julgar necessário. “Agora eu quero que as pessoas saibam que isso está acontecendo, porque agora, com a notificação do MPF para a reitora, ela vai ter um prazo para realmente tomar medidas e atitudes contra esse tipo de crime que aconteceu”, afirmou.


Jonisson alegou que já havia feito a denúncia à Ufac, mas não obteve resposta relacionada ao caso. Por isso, entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF). O procurador da República Lucas Costa Almeida Dias alega que consta na denúncia do acadêmico que ele foi alvo de discriminação em publicação nas redes sociais pelo fato dele ser homossexual, ter diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ter Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDH) e pediu providências à reitoria da Ufac.


Posicionamento da UFAC

O reitor substituto da Ufac, Josimar Ferreira, respondeu ao MPF que a reitoria destacou que o acadêmico recorreu ao Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) e à coordenação do curso de Medicina. Contudo, lembra o reitor, o estudante entendeu que as medidas tomadas até o presente momento não foram suficientes.


Com isso, a universidade solicita ao colegiado do curso que adote providências para apurar e responsabilizar os estudantes responsáveis pelas condutas discriminatórias, conforme os prints anexados na denúncia e com base no Regime Disciplinar Discente do Regimento Geral da Ufac.


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Saimo Martins

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