À frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2026, o ministro Nunes Marques, próxima liderança da Corte, intensifica relações com figuras chave do governo atual, gerando preocupações no campo bolsonarista.
Situado no Supremo Tribunal Federal (STF), o gabinete de Nunes Marques, notável pela sua intensa atividade, tornou-se ponto de encontro para advogados em busca de audiências. Com quase três anos de atuação no STF, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Nunes Marques tem, recentemente, aproximado-se do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa nova direção deixa apreensivos os aliados de Bolsonaro, que contavam com Marques como um apoiador, especialmente em decisões favoráveis ao ex-presidente, como a rejeição à inelegibilidade de Bolsonaro. O alinhamento de Nunes Marques com o governo Lula, assim como seu fortalecimento de laços com o ministro Gilmar Mendes, sinaliza mudanças que inquietam seus antigos aliados.
Marques não apenas fortaleceu sua conexão com o Planalto, mas também influenciou a nomeação de aliados em tribunais federais, decisões essas que cabem ao presidente. Recentemente, promoveu a escolha de João Carlos Mayer Soares para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, indicando um aumento de sua influência.
A aproximação entre Nunes Marques e o governo tem raízes em relações políticas, incluindo sua amizade com Wellington Dias, ex-governador do Piauí e atual ministro do Desenvolvimento Social, e se solidificou com o estreitamento de laços com Gilmar Mendes, membro influente do STF. Apesar de desavenças passadas entre Marques e Mendes, uma reconciliação foi mediada por Guiomar Mendes, culminando em um jantar que amenizou as tensões.
Os gestos de cordialidade entre Lula e Nunes Marques se tornaram mais evidentes, com o presidente demonstrando apoio às indicações do ministro e expressando preocupação pessoal, como no caso da recuperação de Marques de uma cirurgia. Encontros sociais e jantares sublinharam o clima amistoso entre as partes.
Além da política de boa vizinhança, Nunes Marques tem em mãos casos de interesse do Planalto, como a disputa sobre o poder de voto da União na Eletrobras, mostrando uma postura inicialmente favorável ao governo.
Esse entrelaçamento de Nunes Marques com o governo Lula, seu histórico com Bolsonaro, e a relação com Gilmar Mendes, destacam a complexa teia de conexões políticas e judiciais que definirá os contornos do cenário eleitoral e político nos próximos anos.
Com informações de O Globo
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