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Quando a gente retira as pessoas, elas saem sangrando”, diz prefeita sobre tragédia em Brasiléia

Com mais de 15 mil pessoas diretamente atingidas e mais de 3 mil famílias desabrigadas ou desalojadas pela maior enchente do Rio Acre em Brasiléia, a prefeita Fernanda Hassem foi a Rio Branco nesta quarta-feira, 6, para participar do Bar do Vaz e falar a respeito da tragédia que se abate sobre a cidade acreana que foi praticamente destruída.


Na quarta grande cheia em 12 anos, Brasiléia ainda não se recuperou totalmente de outros eventos parecidos, prova disso é um projeto que objetiva a reconstrução da orla da orla da região central da cidade, que não entrou em execução e que, diante das atuais circunstâncias, já começou a ser repensado a partir de quando se cogita retirar as pessoas das áreas mais críticas.


Fernanda destacou no começo da entrevista que quando assumiu o primeiro mandato, em 2017, a cidade ainda tinha resquícios da alagação de 2015, até então a maior da história. “Quando eu entrei ainda havia um abrigo funcionando com famílias que estavam há dois anos ainda de 2015. E uma coisa é você pegar uma cidade onde tudo funciona, e outra coisa é você pegar uma cidade cheia de desafios”, diz.



No atual mandato, essa é a segunda grande cheia em Brasiléia. Segundo Hassem, desde então a cidade está com o seu plano de reconstrução pronto, mas ressalta que nesse primeiro momento a estratégia é retirar as pessoas dos locais alagados. “É cuidar de vidas, de pessoas, ação humanitária. Tirar de lá e dá dignidades para as pessoas, porque no momento que você tira, as pessoas vão sangrando”, afirma.


Hassem também destacou o pronto atendimento do governo do estado às vítimas da enchente no município. Segundo ela, o governador Gladson Cameli foi ágil na mobilização do apoio estatal à grave situação enfrentada pela população. “Ele me abraçou e disse que sentiu na minha voz, o meu clamor, o meu desespero. Quando eu disse que precisava de socorro, ele foi lá”, conta.


Um ponto de destaque na entrevista é quando Fernanda Hassem fala sobre a amplitude dos prejuízos sofridos pela população rural, considerando que a situação da cidade é mais mostrada pelos veículos de comunicação. “Disseram: ah, a prefeita chorou. É impossível, não é coração de gelo aqui, eu conheço as pessoas por nome, sei onde elas estão e onde moram”, enfatiza.


A respeito de um questionamento sobre se pretende acabar com o centro de Brasiléia, por ter sido cogitado durante a visita dos ministros Waldez Góes e Marina Silva [Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente] a “mudança” de lugar para as áreas mais fortemente atingidas pela alegação, a prefeita explicou que não é bem assim.


“O centro administrativo precisa mudar de endereço. Hoje eu tenho quase 15 instituições fechadas, o cidadão está sem o direito de ir à Assistência Social porque ela está destruída, não dá para entrar. O cidadão está sem o serviço básico da Secretaria Municipal de Saúde, que é quem agenda o transporte do TFD. As pessoas estão sem ir ao gabinete. Então, eu não posso mais paralisar a cidade”, esclareceu.


ASSISTA ENTREVISTA:

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