O governador Gladson Cameli esteve em Cruzeiro do Sul na tarde desta quinta-feira, 29, onde o Rio Juruá transbordou e e já atinge 11 bairros e 5 comunidades rurais do município.
Ainda não há famílias desabrigadas. De barco, Cameli e o prefeito Zequinha Lima percorreram trechos do manancial, que está com mais de 13,33 metros.
Uma das casas em que pararam foi a do ribeirinho Lelande Costa da Silva, de 47 anos. Ele expressou confiança de que as águas logo começariam a baixar, mostrando-se determinado a permanecer em sua casa, caso necessário, e adaptar-se às condições.
“Para gente já tem um certo conhecimento aqui, uma experiência de 47 anos, que nasceu, e se criou aqui, a gente não se preocupa tanto. A vida é essa. A gente já é acostumado, se a água chegar no assoalho a gente só atrepa as coisas, dá um jeito aqui de dormir e vida que segue. Com essa idade, quem mora aqui nessa comunidade, não tem mais muita surpresa de nada”, contou.
Mas há outras pessoas que pensam diferente e não querem se arriscar. Para retirá-las e levar para os abrigos, os dois gestores garantem haver toda uma estrutura montada, com equipes, barcos carros, alojamento com refeições e assistência médica.
“Agradecemos a presença do governador Gladson Cameli que demonstra a sua preocupação com Cruzeiro do Sul. Nós temos 8 abrigos já reservados para receber essas possíveis famílias que vierem a ser retiradas de casa, onde elas vão ter toda uma assistência, inclusive assistência médica e alimentação. Temos uma equipe fluvial que está percorrendo os 11 bairros aqui da nossa cidade, com médico e toda a equipe que um posto. Nós já estamos preparados e prontos para atuar se houver necessidade com toda a equipe já mobilizada, com material. Já reunimos e criamos o comitê, a sala de situação que é composta por todas as instituições que estão aqui em Cruzeiro do Sul, inclusive as que compõem o Governo do Estado. Criamos uma sala também de monitoramento, onde além de monitorar o rio visualmente, a gente faz um monitoramento também via satélite, para que a gente também possa saber como se está a movimentação de chuva nas cabeceiras dos rios, que é quem mais influencia a enchente do Rio Juruá, que são os afluentes”, pontua Zequinha.
O governador Gladson Cameli, por sua vez, expressou sua solidariedade e disposição para auxiliar o município nesse momento desafiador. Ele enfatizou a importância da prevenção e da cooperação entre os governos estadual e federal.
“Estamos acompanhando de perto a situação. Vim aqui dizer ao prefeito que ele conte conosco, que estamos juntos nessa luta, isso não é uma luta dele, não é uma luta minha, é um momento de unir as forças mesmo para que a gente mais uma vez vença esse desafio. E aí fica aqui um pedido meu. Se nós, como todos sabem, tivemos um verão muito forte, a tendência é ter um inverno também rigoroso. E eu peço às pessoas que têm condições, que ajudem, façam qualquer doação, para que a gente possa dar uma mão mais rápida, ajudar as famílias que foram atingidas e que estão passando por dificuldades. Eu vou fazer tudo o que posso para que as pessoas virem essa página ou quanto antes. O Ministro da Integração Nacional, e a Ministra da Saúde já se prontificaram. A parte burocrática de decreto, de estado de emergência, os municípios já fizeram. Para você ter uma ideia, dos 22 municípios, estamos com 19 e fui informado que inclusive Rodrigues Alves e Manuel Urbano também estão elaborando um decreto emergencial e estão com essa situação do aumento do nível das águas. É preocupante, mas vamos fazer o que tivermos que fazer. O problema vai ser resolvido, não é para deixar para amanhã”, garantiu.
Às 18 horas desta quinta, o nível do Rio Juruá marcou 13,33 metros. A cota de transbordamento é de 13 metros.