Uma ameaça antiga de que um bairro inteiro da cidade de Brasiléia possa ser “movido” pela narureza para o território boliviano pode ter sido consumada nesta enchente do Rio Acre, que naquela região atingiu a maior cota da história.
O bairro Leonardo Barbosa, em Brasiléia, que fica localizado em um grande meandro do rio, pode ter sido apartado do território brasileiro, caso o manancial mude o seu curso em um ponto que isola a comunidade brasileira. A certeza só se dará com o retorno do rio ao seu leito.
Imagens feitas pelo jornalista Almir Andrade mostram o rio arrebentando a estreita faixa de terra por onde passa a única rua que liga o bairro ao restante da cidade. Caso após a vazante total, o rio não retorne ao curso antigo a tese é de que a área do bairro se incorpora ao lado boliviano, com base no que consta no Tratado de Petrópolis.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), a área do bairro é de 44 hectares. Localizada na periferia da cidade, a comunidade tem cerca de 1,1 mil moradores, segundo a Assistência Social do município.
As recorrentes enchentes têm diminuído de maneira acelerada a largura da faixa de terra que liga o bairro à cidade. O problema se agravou ainda mais a partir de 2015, quando ocorreu uma das maiores enchentes da história. A situação é temida pelos moradores, que temem a “anexação” pela Bolívia.
A enchente em Brasiléia e Epitaciolândia já está em movimento de vazante e o cenário é de destruição em ambas as cidades. O rio atingiu 15,58 metros superando a maior cota histórica, que era de 15,55 metros registrados em 2015.
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