Enquanto cerca de mil pessoas já foram direcionadas a abrigos ou casas de parentes em Rio Branco em razão da cheia do rio Acre, Lindalva Pereira de Souza, a nora, e duas crianças de 2 e 5 anos, moradores do bairro da Paz, preferiram ficar debaixo da Quarta Ponte, que liga o primeiro ao segundo distrito da capital, na região da Amadeo Barbosa. O motivo da tomada da decisão, segundo Lindalva, é a guerra de facções.
Lindalva explica que teve que sair da residência com a família ontem (26), quando a água começou a bater no assoalho da casa. Com ajuda do Corpo de Bombeiros, os itens domésticos da casa foram colocados debaixo da ponte, onde a família armou uma barraca para passar a noite, e de onde só pretendem sair quando a água baixar.
“Quando a água baixar e tiver desocupado a casa, a gente volta. Queriam que a gente fosse pra Expoacre, mas eles [as autoridades] tem que ver que não é todo mundo que pode ir pra lá. Aqui eu me sinto mais segura do que lá, aqui eu conheço todo mundo, vou numa casa e tomo banho, vou em outra e como, é ventilado, não preciso compartilhar banheiro químico sujo com outras pessoas. Lá você não pode sair do abrigo pra ir no mercado, comprar alguma coisa, aqui eu me sinto segura”, disse.
Segundo a Prefeitura de Rio Branco, até as 9h desta terça-feira, 27, 500 pessoas foram desalojadas, 1000 estão desabrigadas e 50 mil já foram atingidas pela cheia do rio Acre. 330 pessoas já foram direcionadas a escolas públicas e para o Parque de Exposições.
Na medição do meio-dia, segundo a Defesa Civil de Rio Branco, o rio Acre media 16,24m.
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