O indígena Txana Natu, da etnia Huni Kui, visitou a margem do Rio Acre na capital acreana nessa sexta-feira, 23, e falou ao ac24horas sobre como as alagações são interpretadas por sua cultura.
Segundo ele, as alagações são uma forma da natureza limpar as margens dos rios, inclusive na questão espiritual. “Nós acreditamos que esse é o jeito do rio levar toda a sujeira, mas também os maus espíritos, as coisas ruins. Há a possibilidade, inclusive, de a cheia ter sido causada por um ritual, talvez alguém tenha jogado sal na água, pedindo essa limpeza”, afirmou.
Quanto às residências que geralmente são afetadas, Txana disse que a natureza sempre vai fazer o que quiser fazer, independente de qualquer ação humana. “O rio está no lugar que era pra estar, correndo por onde tem que correr. Não é o rio que invade as casas, as casas é que invadem o rio”, explicou.
Até às 15 horas deste sábado, o nível do Rio Acre atingiu os 15,06 metros. O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, afirma que situação da cheia no rio e em igarapés pode se agravar.
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