Lula da Silva, que, desde sua posse como presidente da república há mais de um ano, não encontra jeito para se encontrar com o brasileiro a não ser em ambientes rigidamente controlados por sindicatos, MST e equivalentes, agora não pode pôr os pés em Israel, a única democracia do Oriente Médio, pois lá ele foi formalmente declarado “persona non grata”, o que nunca na história havia acontecido. Em termos diplomáticos, é um escracho, especialmente para quem tramava nos bastidores para ganhar o Nobel da Paz.
As palavras do Lula foram cruéis, abjetas. De uma tacada só ele banalizou o Holocasto, comparou Netanyahu a Hitler e pôs o Hamas na condição de vítima. Parece coisa de bêbado, mas, infelizmente, dessa vez não era. Foi de caso pensado, é assim mesmo que o energúmeno posto no Planalto pensa. Embora os bate-paus do lulopetismo, inclusive aqui no Acre, façam das tripas-coração ao ponto de tentar lustrar sua vileza antissemita com endosso acadêmico, o que, convenhamos, nos dias de hoje não vale muita coisa, o certo é que Lula cometeu uma infâmia imperdoável.
Resumidamente, pode-se afirmar, em primeiro lugar, que o Holocausto foi uma campanha genocida incomparável, de assassinatos que começaram com tiros na nuca e alcançaram escala industrial em câmaras de gás, de cidadãos, mulheres e crianças inocentes caçados e encarcerados com esta finalidade. Contra os judeus, tudo que Hitler tinha era o argumento racial. Israel não matou um soldado preso sequer, pelo contrário, depois de arrestado, o prisioneiro é mantido vivo e saudável. Em segundo, Hitler criou e impulsionou um conflito de ordem territorial expansionista, tentando abarcar toda a Europa sob seu domínio, portanto, não há termos de comparação com Netanyahu que apenas deseja preservar o Estado de Israel. Em terceiro, diferentemente dos judeus que nada fizeram, o Hamas é um grupo terrorista que há anos domina com mão de ferro o povo palestino na faixa de Gaza, desvia recursos internacionais para seus atos escabrosos e, em 7 de outubro, executou o mais sangrento e abominável ato terrorista conhecido na história recente, uma verdadeira barbárie visando, como estatui sua própria fundação, a eliminação gradual de todos os judeus. Neste sentido, ao projetar a aniquilação do grupo terrorista, Israel apenas se defende.
A declaração de Lula foi tão gravemente absurda que nem a galera paga da mídia brasileira conseguiu passar pano completamente. Os telejornais tiveram que noticiar a canalhice e permitir que seus comentaristas menos amordaçados reconhecessem que, sob Lula, o Brasil cada vez mais perde protagonismo internacional, se transformando no que costumam chamar de anão diplomático. Um nanismo que nos alinha de modo subalterno, como era de se esperar, às ditaduras e regimes totalitários ao redor do mundo. Basta ver os governos que saíram em apoio ao ignóbil, incluindo o próprio Hamas.
Exasperado, Lula convocou uma reunião ministerial e cuspiu fogo pelas ventas. Consta que estava colérico com a reação de Israel. Falou até em provocar uma guerra. Por sua vez, Israel manteve o tom e emitiu mais uma nota humilhante dirigida ao Lula. Eis um trecho: “… Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros.”. De sobra, chamou Lula a ver nas redes sociais o depoimento de uma jovem brasileira sobrevivente ao ataque terrorista de 7 de outubro denunciando o abandono pelo governo federal. Vamos combinar que a nota do chanceler Israelense somada ao depoimento da moça foi um chute no traseiro do Lula. Humilhado internacionalmente, Lula dobrou a aposta, chamou seu embaixador e vai ao Tribunal Penal Internacional contra Israel.
Segundo alguns analistas, juristas e políticos, nos termos do Artigo 5º – 3, da Lei do Impeachment (cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade) o ato de Lula constitui razão de pedir. Na Câmara Federal já corre um pedido com número recorde (142 assinaturas), incluindo três corajosos deputados acreanos (Roberto Duarte, Coronel Ulysses e Gerlen Diniz). Dificilmente alcançará êxito, afinal de contas o Presidente da Câmara, Arthur Lira, há muito está no bolso e, além disso, há uma fábula de dinheiro em emendas PIX prontas para adoçarem a boca dos líderes partidários e seus amestrados. Mas terão que mostrar o rosto, e isso é rigorosamente necessário para que o eleitor saiba o que andam fazendo seus parlamentares, de que lado estão, se de Israel ou do Hamas.
Enquanto passamos vergonha e Lula se abraça com o CPX internacional, internamente a vaca continua célere no caminho do brejo. O déficit público, os gastos exacerbados, a crise na segurança pública, a queda prevista na safra agrícola, a derrocada das empresas públicas, a inflação crescente, a dengue batendo recordes, os yanomamis morrendo à míngua só não ganham as manchetes porque a mídia está exclusivamente ocupada com o dia a dia do Bolsonaro, não tem outro assunto, é preciso manter o homem na cena até que o dono da bola resolva expulsá-lo de campo.
Bolsonaro, que não teve a esperteza de mancomunar-se com os homens da Lei nem de enriquecer, apega-se ao único ativo que possui – a sua popularidade, e neste próximo domingo, 25/02, realiza um grande encontro com a população de São Paulo. Dezenas de deputados e senadores também marcaram presença no ato da Avenida Paulista com o objetivo de apoiá-lo e participar de um momento raro, aquele no qual o líder presta contas de seus atos, explica-se, diretamente ao povo. Apesar de todas as tentativas de boicote, ameaças de prisão, silêncio da imprensa e até de uma ação defendida pela tresloucada “amante” da Lista da ODEBRECHT tentando impedir a manifestação do povo, o evento se realizará e promete ser marcante na vida pública brasileira.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor Percival Puggina e outros sites. Quem desejar adquirir seu livro “Desaforos e Desaforismos (politicamente incorretos)” pode fazê-lo por este LINK.
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