O Corpo de Bombeiros faz buscas na floresta no município de Porto Walter pelo agricultor Robercilio dos Santos Mota, de 28 anos, que está desaparecido desde o último sábado,17, quando saiu para caçar.
O caso aconteceu na comunidade Cabreiro, às margens do rio Branco, afluente do riozinho Cruzeiro do Vale, no município de Porto Walter. Seis homens do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul fazem buscas por Robercilio, junto com moradores da localidade.
“O local fica a 260 quilômetros daqui, de barco. Depois são mais 6 quilômetros na mata até chegar ao tapiri onde o grupo está. Nossas equipes atuam com o uso de aparelhos via satélite com GPS,rádios que permitem a comunicação em um raio de 4 quilômetros e celular para comunidade com a base”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Josadaque Ibernon.
O comandante ressalta que situações como essa não são incomuns na região e que, embora os envolvidos tenham alguma experiência na mata, a imprevisibilidade do ambiente pode levar, mesmo os mais experientes, a se desorientarem.
Não foi o primeiro caso em Porto Walter
Este não foi o primeiro caso de desaparecimento de pessoa no município de Porto Walter. No dia 3 de agosto de 2019, Roginaldo Souza Nunes, de 17 anos, sumiu na localidade Pimenta, e nunca mais foi visto.
Ele estava com o pai e um irmão e se afastou deles próximo a uma área de mata fechada e nunca voltou para casa. O rapaz estava com o pai perto de uma casa de farinha e foi buscar lenha, quando, na volta, optou por fazer um caminho diferente do genitor.
Na época, familiares, moradores, bombeiros e policiais fizeram buscas, mas Roginaldo nunca foi achado vivo ou morto. Familiares acreditam que ele foi levado por um ser encantado da floresta e pediram ajuda a um rezador. O curandeiro indígena garantiu que o jovem estaria vivo e que voltaria, o que não ocorreu.
O irmão do desaparecido, José de Souza, disse ao Ac24horas, na ocasião,que Roginaldo conhecia muito bem a área. Para ele, o caso envolveu mistério. “É tudo misterioso. Vimos rastros dele, mas em um determinado ponto, as pegadas somem. A mata bruta fica a uns 200 metros e as pegadas não vão até lá. A gente dá tiro pra cima, chama pelo nome, os cachorros farejam e nada. Ele sumiu. O rezador disse que se ele aparecer como um animal ou algo assim, é pra gente manter ele amarrado até que se acalme’, cita desesperado o irmão, que não suspeitava que Roginaldo tivesse sofrido algum tipo de violência.
O policial civil, Da Cruz, explicou que foi ao local na época do ocorrido, duas vezes, confirma que em determinado ponto da mata, os vestígios de Roginaldo desaparecem. Citou que a mãe de Roginaldo contou que na noite anterior ao sumiço, ele dormiu mal e andou muito pela casa. “A mãe observou um comportamento inquieto na noite anterior, mas não fala em problemas que ele estivesse enfrentando”, disse o policial.
Os moradores mais antigos do município de Porto Walter contam muitos “casos” sobre seres encantados que protegem a floresta e os animais, que assustam os humanos, ou mesmo, os levam consigo. São “cabocos” que batem nas árvores, assoviam e não são vistos. Os encantados seriam humanos não batizados que não estão vivos nem mortos e vivem nas matas e águas.