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Racha histórico no PCC tem líderes expulsos e ordem para matar Marcola

Foto: Jorge Santos/ AE CONTEÚDO
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Apurações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelam um racha histórico na cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas da América Latina e que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), movimenta até R$ 2,5 bilhões por ano.


O principal motivo seria um diálogo gravado entre o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, com policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o detento chegou a afirmar que Roberto Soriano, o “Tiriça” e número dois na hierarquia da facção, era um “psicopata”.


A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Roberto Soriano. O criminoso, que cumpre pena atualmente na Penitenciária Federal de Brasília, junto a Marcola e outros líderes do PCC, foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.

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A servidora pública trabalhava na penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas (PR) e teria sido vista pelos criminosos como um “alvo fácil”.


O crime, cometido em 2017, seria uma ação do PCC contra o rigor do regime adotado no Sistema Penitenciário Federal (SPF). Segundo as investigações, a facção considera que os presos sofrem “opressão” do Estado, pelo fato de o esquema de segurança não prever visitas íntimas e de o contato com advogados e parentes ser estritamente por meio de parlatório, o que não favorece a entrada de drogas, celulares e, sobretudo, a entrega de bilhetes nas prisões.


Como divulgado com exclusividade pela coluna Na Mira, a primeira conversa ocorreu em junho de 2022. Na ocasião, Marcola falou sobre a “imagem” que as pessoas têm dele. Camacho chegou a dizer que não é um “cara bonzinho”, mas “perigoso de verdade”. Porém, destacou não ser a favor da “violência gratuita”.


Marcola continuou a fala afirmando não ser da “política” dele matar agentes penitenciários. Contudo, disse que alguns faccionados foram executados por determinação dele, “mas por outras circunstâncias”. O preso emendou alegando que “era espancado” na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), a 600 km da capital paulista, onde cumpriu pena antes de dar entrada no sistema federal. Também reforçou que, no SPF, “sempre foi respeitado por todos os agentes”. O 01 do PCC desabafou, ainda, sobre a suspeita de mandar matar servidores e alegou que “poderia se tornar um psicopata desses igual ao Soriano” e que “não é isso”, pois “não é da natureza” dele.


Usada no tribunal, a declaração de Marcola teria sido interpretada por Soriano como uma espécie de delação. O então 02 teria se unido a Abel Pacheco de Andrade, o “Vida Loka”, e a Wanderson Nilton de Paula Lima, o “Andinho”, também presos em Brasília, para pedir, por meio do chamado “salve”, a morte e a expulsão de Marcola do PCC.


A justificativa de Soriano seria a “displicência” no comando da facção. Neste mês, a cúpula do PCC emitiu um comunicado que decretou a expulsão de Soriano, Abel Pacheco e Wanderson Nilton da organização criminosa, por “traição”.


“Ala Terrorista”


Roberto Soriano é visto como o cabeça da “Ala Terrorista do PCC” – grupo radical que coordena a morte de autoridades. A coluna Na Mira apurou que a facção oferece auxílio mensal aos assassinos de policiais e que o valor pode chegar a R$ 5 mil.


Há mais de 10 anos cumprindo pena no SPF, Tiriça foi transferido, em 2012, da Penitenciária Regional de Presidente Venceslau para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).


As autoridades o consideram um criminoso de altíssima periculosidade, com grande poder financeiro e planos de fuga. Os investigadores chegaram a encontrar bilhetes escritos por Soriano, quando ele ainda estava preso em São Paulo, com determinações para o assassinato de policiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) da Polícia Militar do estado (PMSP).


Fonte: Metrópoles


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