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Acre mantém tendência de aumento das síndromes respiratórias graves

Por
Edmilson Ferreira

Divulgado na sexta-feira (16) o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz apresenta algumas alterações no cenário epidemiológico do país. A região Norte – que estava há semanas em alerta em função do aumento no número de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 – mostra diminuição.


No entanto, nesta atualização do InfoGripe, sete estados, entre eles o Acre, apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. Além do Acre, o Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins estão nesse grupo.


Os dados de faixa etária e resultados laboratoriais sugerem que o aumento nesses estados está associado à Covid-19. Também se observa ligeiro crescimento associado à Covid-19 na população idosa do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o que não se reflete nos agregados estaduais. No Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul também é possível observar leve aumento recente nos casos de SRAG positivos para influenza A (gripe), em volume significativamente mais baixo do que para Covid-19.


Os estados do Norte, que foram os últimos a passar pelo ciclo recente de aumento de SRAG por Covid-19 – por volta da virada do ano –, mostram um sinal de possível interrupção e até indícios de queda. No entanto, como o período da análise vigente foi o da semana pré-Carnaval, eventuais internações que possam vir a ocorrer em decorrência de infecções no período só vão aparecer nas próximas semanas, como explica o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.


“Entre a pessoa desenvolver os primeiros sintomas e surgir um quadro grave o suficiente para necessitar a internação, leva por volta de uma semana ou pouco mais de uma semana. Então, apenas nas próximas semanas poderemos começar a observar possíveis consequências em termos de internações. Por enquanto, ainda é efeito pré-Carnaval e início de 2024”.


No Centro-Sul do país, alguns estados apresentam um início do processo de retomada do aumento das internações associadas à Covid-19. São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – além do Rio de Janeiro, mais incipiente – são os destaques. Também no Sul e Sudeste são observadas algumas internações pelo vírus influenza – em volume muito menor do que a Covid-19. No agregado nacional, mantém-se o sinal de queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e crescimento na tendência de curto prazo (últimas três semanas).


Marcelo Gomes faz uma recomendação aos foliões: “para quem brincou o Carnaval ou convive com pessoas que aproveitaram a festividade, é importante ficar bastante atento a eventuais sintomas de resfriado ou quadros parecidos com uma gripe. Em caso positivo, a orientação é buscar um posto de atendimento, fazer o teste, e se isolar. Mesmo que o teste para Covid-19 eventualmente dê negativo – pois eventualmente há os falsos negativos – é importante fazer o isolamento. O isolamento e o uso de uma boa máscara, para quem está com sintomas, funciona tanto para Covid-19 quanto para a gripe, para a influenza. Prevenção é sempre mais importante e sempre mais fácil”.


Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantêm o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e idosos. A incidência de SRAG por Covid-19 continua afetando mais crianças de até 2 anos e a população a partir de 65 anos. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o VSR e o rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de Covid-19.


Nesta atualização, sete estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins. Os dados de faixa etária e resultados laboratoriais sugerem que o aumento nesses estados está associado à Covid-19. Também se observa ligeiro crescimento associado à Covid-19 na população idosa do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o que não se reflete nos agregados estaduais. No Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul também é possível observar leve aumento recente nos casos de SRAG positivos para influenza A (gripe), em volume significativamente mais baixo do que para Covid-19.


Já no Centro-Sul alguns estados têm sinal de crescimento. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 6, de 4 a 10 de fevereiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 14 de fevereiro.


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Edmilson Ferreira

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