Júlio Vitor Costa de Almeida, 23, não se conforma com a morte da esposa, Naiane Oliveira Paula, 28 anos, ocorrida no último dia 11 de fevereiro no Pronto-Socorro de Rio Branco Ela morreu após ir junto com o marido procurar atendimento no PS.
Conforme prontuário, o qual a reportagem teve acesso, Naiane chegou à unidade de saúde com epigastralgia intensa, conhecida como dor na “boca do estômago”, associada à náuseas, vômitos e febre.
A paciente, de acordo com o prontuário, foi atendida pela médica Nadjanara Mendes de Oliveira. Conforme o esposo, ela foi medicada e liberada, mas quando chegou em casa, voltou a passar mal e foi levada mais uma vez ao PS, onde acabou falecendo.
O prontuário da paciente descreve que a médica responsável pelo primeiro atendimento orientou as seguintes medicações: dipirona, omeprazol, dexametasona, tramadol e soro cloreto de sódio.
“Eu quero uma resposta, tenho certeza que deram remédio errado para a minha esposa. Não tinha um maqueiro quando a gente chegou, eu fui reclamar e ainda tiveram coragem de chamar a polícia”, diz Júlio.
O viúvo registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Flagrantes onde pede investigação sobre as circunstâncias da morte da esposa.
Ainda segundo o prontuário, a paciente, voltou, no período da tarde, ao Pronto-Socorro onde deu entrada em estado gravíssimo, apresentando parada cardio respiratória.
A reportagem conversou com o diretor do Pronto-Socorro, Lourenço Vasconcelos que garantiu que todos os procedimentos para salvar a vida de Naiane foram adotados. “A paciente foi reanimada por 16 ciclos, o que representa mais de uma hora de reanimação, com intubação, com medicação e com todos os profissionais. Infelizmente, ela não “voltou”. Mas não houve nenhuma falta de assistência, pelo contrário”, explica.
Em relação ao primeiro procedimento, Lourenço afirma que o procedimento adotado foi normal. “Os sinais vitais da paciente estavam estáveis, a médica prescreveu a medicação, a paciente foi medicada, deu uma melhorada boa, a doutora verificou de novo e deu alta”, diz Lourenço.
Já em relação à declaração de causa desconhecida para o óbito, o diretor do PS explica que o procedimento também é normal. “Como não é o médico assistente da paciente, que tem conhecimento se ela já teve alguma patologia anterior e como ela chegou em parada cardio respiratória, o médico coloca como causa desconhecida”, diz.
A médica Nadjanara Mendes de Oliveira, responsável pelo primeiro atendimento, também foi procurada pela reportagem e se pronunciou.
“A paciente chegou a unidade, foi classificada pelo nosso enfermeiro e de acordo com os sintomas que apresentava, ela não demorou a ser atendida, eu a chamei, ela me relatou o que estava sentindo do momento, eu descrevi e mediquei de acordo com os sintomas que ela me descreveu como você viu no boletim dela. Após medidas clínicas ela obteve melhoras do quadro e foi liberada. As medicações prescritas estavam de acordo com os sintomas que a mesma relatou. Quanto a questão de intercorrências, não tivemos nenhuma com ela no momento do atendimento, nem da administração das medicações enquanto ela permaneceu na unidade no primeiro momento.
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