O relatório final da CPI do 8 de Janeiro, de outubro do ano passado, já falava que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) passava por um enfraquecimento proposital e associado à tentativa de criar uma órgão paralelo de inteligência, “comprometido unicamente com os interesses do então presidente da República”.
A apoiadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou a criação de uma Abin paralela e afirmou que a agência, Polícia Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica sonegavam informações.
No documento, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que as investigações revelaram que não houve propriamente um “apagão de inteligência”, e sim “o desvirtuamento, o enfraquecimento e o desmantelamento de um sistema de inteligência que, se tivesse sido levado a sério, poderia ter evitado os acontecimentos do dia 8 de janeiro.”
“Verificou-se que o sistema brasileiro de inteligência sofreu, a partir da gestão de Jair Bolsonaro, um contínuo processo de informalização: em lugar de utilizar uma rede confiável de distribuição de informes de inteligência, com destinatários definidos e responsabilizáveis pelo processamento dos dados, as informações passaram a circular em grupos de WhatsApp, que não ofereciam nenhuma garantia quanto à confirmação do recebimento das mensagens, nem envolviam protocolos de tomada de decisão”, escreveu.
Fonte: Folha de São Paulo
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