Com a chegada do período chuvoso, uma das preocupações dos moradores de Rio Branco, principalmente de quem mora próximo aos igarapés, é a possibilidade de transbordo dos córregos que cortam a cidade, já que no passado milhares de pessoas foram atingidas em diversos bairros da capital acreana.
Ocorre que o problema é resultado da contribuição de vários fatores. Apesar da reconhecida falta de infraestrutura para “aliviar” a água que se acumula das chuvas, a população, infelizmente, é uma dos principais culpadas pelo transtorno provocado pelas chuvas que fazem com que os igarapés transbordem.
Além da histórica ocupação irregular das margens dos igarapés ser uma triste realidade da capital acreana, já que a Defesa Civil estima que cerca de 5 mil famílias estejam morando em áreas consideradas de risco, o acúmulo de lixo é um outro sério problema provocado pela própria população.
No último final de semana, a prefeitura fez o trabalho de limpeza de córregos no Nova Esperança e no Bairro Habitar Brasil. A quantidade de lixo retirada dos locais impressiona e mostra que um dos desafios é conscientizar a população de que o lixo jogado nos córregos é uma das principais causas do entupimento das galerias e do sistema de drenagem que provoca o transbordo dos igarapés.
“Começamos o ano fazendo essa limpeza que é importante, mas tem locais que a passagem da água fica obstruída com tanto lixo. É sofá, resto de geladeira, pneus, entulhos, é um trabalho difícil e a gente pede a compreensão da população para que nos ajude. Ano passado fizemos limpeza e voltamos agora e está tudo cheio de lixo novamente”, afirma Joabe Lira, secretário de Zeladoria de Rio Branco.
A prefeitura afirma que em 2023 fez a limpeza de mais de 80 córregos em Rio Branco, usando, inclusive, máquinas pesadas como retroescavadeira.