No primeiro episódio do programa “Médico 24 Horas”, exibido nesta segunda-feira, 22, o médico e apresentador Fabrício Lemos conversou com o também pediatra, alergista e presidente do Sindicato dos Médicos do Acre, Guilherme Pulici.
Público, que chegou ao Acre em 2006 depois de uma visita ao estado, já trabalhou para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atuou em hospitais públicos e foi professor na Universidade Federal do Acre (Ufac), conta que nunca imaginou ser sindicalista, mas a precariedade da estrutura oferecida pelo Estado aos profissionais de saúde e aos pacientes o forçou a reivindicar melhorias: “na época da gestão do governador Binho começou a faltar medicação. Comecei a reclamar, mas vi que ninguém respondia. Me convidaram para uma reunião com a gestão e lá eu fui mordido pelo sindicalismo. Você vai para uma reunião dessas e ouve algumas besteiras, mentiras, que fiquei indignado, falei tanto e duro que o Dr. Ribamar [presidente do Sindmed na época] começou a me chamar para as reuniões”, disse.
Como presidente do sindicato, Guilherme explica que muitas vezes o embate é com os próprios sindicalizados, quando estes ocupam funções políticas ou em autarquias do Estado. “Mas é aquele negócio, amigos, amigos, negócios à parte. Eu não sou pelego”, afirmou Pulici.
Casos de arboviroses e baixa cobertura vacinal em crianças
Segundo Guilherme Pulici, há um aumento substancial na demanda clínica por pacientes pediátricos com sintomas de arboviroses, com um resquício de doenças respiratórias.
“Acho que precisa haver uma intensificação dessas informações de prevenção das doenças causadas por mosquitos e já trabalhar na prevenção das doenças respiratórias, que devem aumentar no mês de abril. Precisamos desmistificar a questão da vacinação, porque eu digo pra você, vejo pessoas esclarecidas, 50% das pessoas não vacinaram seus filhos contra a Covid-19. Graças a Deus, os casos graves de Covid-19 despencaram, mas os raros casos graves que tem aparecido são em pessoas que não foram vacinadas. Não tivemos efeitos colaterais graves em crianças e clamo aos pais que vacinem suas crianças contra a Dengue, com a nova vacina da gripe, que deve chegar em abril, e com a vacina da Covid-19″, diz Pulici.
Doenças relacionadas à longa exposição de telas
O médico pediatra ressalta que a questão das consequências à longa exposição de telas tem preocupado profissionais da saúde em todo mundo. “O último congresso de pediatria em que estive, mais de 20% dos temas abordados foram em torno deste tema. Excesso de computador, celular, por crianças e adolescentes, causam transtornos psiquiátricos e queixas ortopédicas. A criança fica impaciente, agressiva, porque ela se acostuma com um retorno rápido”, explica Guilherme Pulici.
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