A Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre, Feremaac, realizará no próximo domingo, 21, a partir das 16h, um ato em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, em frente ao Palácio Rio Branco, no centro da capital.
Segundo o Pai de Santo e presidente da Feremaac, Célio Gomes, o evento chama a atenção da luta contra o preconceito. “Vamos nos reunir para pedir respeito, para que não sejamos colocados como demônios, como errados. Pelo contrário, cultuamos o mesmo Deus que todas as igrejas, mas de maneira diferente”, disse.
Pai Célio Gomes diz que apesar da democratização da informação através da internet, o preconceito e a intolerância aumentaram. “A falta de respeito com essas comunidades tradicionais aumentaram, mesmo das pessoas do bairro onde ficam os terreiros, por exemplo, quanto das instituições públicas que esquecem que nós fazemos papéis sociais, que abrigamos pessoas nos terreiros, que oferecemos cuidados, comida, escuta. O estado e o município fazem vista grossa para tudo isso mas voltamos a existir sempre na época de campanha. Quando cobramos políticas públicas, muitas vezes nem fomos recebidos. A intolerância é tanto que uma moça que estava num churrasco no terreiro fez um prato para levar para os filhos e o motorista de aplicativo disse que não levaria porque é crente e não carrega este tipo de gente. Acontece muito de pedir aplicativo para buscar as pessoas no terreiro, o motorista cancela, como se não fôssemos normais. Também tiveram casos de facções que ameaçaram invadir terreiros por causa do som dos instrumentos. Teve uma criança que revelou que era da umbanda e colegas trancaram ele no banheiro e cortaram com estilete. É dever do estado proteger e auxiliar, mas vamos lutar com nossas armas e fazer entender que nós cultuamos o mesmo Deus”, explicou.