Categories: Nacional Notícias

Governo prepara três projetos de lei pós-reforma tributária e junta regimes diferenciados

Por
CNN Brasil

Na sequência da reforma tributária, promulgada pelo Congresso Nacional em dezembro, o Ministério da Fazenda pretende dividir em três projetos de lei complementar a regulamentação da emenda constitucional que muda o sistema de impostos no país.


O mais amplo dos três projetos deverá juntar, em um único texto, algumas das principais discussões pendentes:


o funcionamento dos regimes setoriais específicos (como combustíveis e lubrificantes, serviços financeiros, construção civil, hotelaria, agências de viagens);


a lista de produtos da cesta básica nacional, que ficarão isentos do futuro Imposto sobre Valor Agregado (IVA);


o desenho final do “cashback” (devolução de parte dos impostos) para a população mais pobre;
a regulamentação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituirá os tributos federais, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que entrará no lugar dos impostos de caráter estadual (ICMS) e municipal (ISS).


O segundo projeto tratará da governança do comitê gestor do IBS, com a participação de estados e municípios. O terceiro projeto detalhará o novo imposto seletivo, criado para incidir sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.


A divisão das propostas foi antecipada à CNN pelo secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, que coordenará o trabalho dos grupos recém-instituídos para a elaboração dos projetos de lei.


Na sexta-feira passada (12), o governo criou 19 grupos de trabalho para regulamentar a reforma. Os GTs vão se reportar a uma comissão de sistematização das informações, responsável pelo texto final dos projetos e coordenada por Appy.


A comissão deverá se reunir pela primeira vez na próxima semana. A partir daí, inicia-se a contagem de 60 dias – provavelmente a segunda quinzena de março – para a conclusão dos textos.


De acordo com Appy, a minuta dos três projetos será levada então ao ministro Fernando Haddad. Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a palavra final sobre o assunto.


A emenda da reforma tributária definiu um prazo de 180 dias – até junho – para o envio das propostas ao Congresso.


O secretário afirma que a ideia de dividir a regulamentação da reforma tributária em três projetos obedece a uma análise técnica e ainda pode mudar conforme a leitura política do governo.


Nada impede, ele acrescenta, que o Congresso tome a iniciativa de designar um mesmo relator para os três textos e juntá-lo em um único substitutivo. “É uma decisão que não compete a mim”, ressalta.


O que já é certo é que todos os textos serão projetos de lei complementar. Esse tipo de proposta tramita no Congresso de forma prioritária e só pode ser aprovada por maioria absoluta – 257 deputados e 41 senadores -, independentemente do quórum, em dois turnos de votação.


Questionado sobre a intenção de deixar os regimes diferenciados no mesmo projeto, Appy explicou que essa é a melhor estratégia porque eles precisam ser olhados em conjunto. Dependendo do tratamento para cada setor, com maior ou menor tributação, a alíquota geral do IVA será calibrada para mais ou para menos.


Já o imposto seletivo, segundo Appy, deverá ser tratado isoladamente porque é unicamente federal. Além de cigarros e bebidas alcóolicas, a redação da reforma deixou a possibilidade de aplicação do novo tributo para petróleo e minérios – com alíquotas de até 1%.


“Não é o fim do mundo”, afirma o secretário, em resposta às críticas das petroleiras e mineradoras, que têm se queixado da inclusão no imposto seletivo.


“Não estou defendendo e nem criticando. Foi uma decisão do Congresso. Só estou colocando que não é tão traumático quanto parece. É como se estivéssemos aumentando em um ponto percentual os royalties do petróleo ou da mineração”.


Do ponto de vista estritamente técnico, sem levar em conta fatores políticos, há uma indefinição: se a regulamentação do Fundo de Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia Ocidental e do Amapá será feita por um quarto projeto de lei complementar ou se será incluída em um dos três.


Fonte: CNN Brasil


Share
Por
CNN Brasil

Últimas Notícias

  • Televisão

Morre Carlota Portella, coreógrafa e jurada da Dança dos Famosos, aos 74 anos

A coreógrafa Carlota Portella morreu neste sábado (31), aos 74 anos. A informação foi confirmada…

31/08/2024
  • Nacional
  • Notícias

Defensoria Pública e ICMBio assinam acordo para atendimento a indígenas e quilombolas

A Defensoria Pública da União e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)…

31/08/2024
  • Notícias
  • Pará
  • Região Norte

Avião com governador do Pará faz pouso de emergência em Tucuruí

Um avião que transportava o governador do Pará, Helder Barbalho, precisou fazer um pouso de…

31/08/2024
  • Acre 01
  • Notícias

Bocalom e Alysson participam da tradicional Calvagada; evento marca início da Expoacre

O prefeito de Rio Branco e candidato à reeleição, Tião Bocalom, junto com seu vice,…

31/08/2024
  • Televisão

Suposto namorado de Gugu Liberato reage à atitude de Rose Miriam com herança

Thiago Salvático, que afirma ter tido uma relação com Gugu Liberato, tomou uma atitude após…

31/08/2024
  • Juruá

Casa de farinha móvel é a novidade apresentada no Festival da Farinha de Cruzeiro do Sul

Uma casa de farinha que pode ser transportada, montada em qualquer lugar e produzir 500…

31/08/2024